Nível do Rio Negro chega a quase 30 metros e já é o segundo maior da história

Ruas do Centro de Manaus sofrem com a subida das águas e pontos turísticos como o prédio da Alfândega e o Relógio Municipal estão alagados

Foto: Mário Adolfo Filho
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Por Mário Adolfo Filho *

A cota do Rio Negro atingiu nesta quarta-feira (19) o nível de 29,77m. É o mesmo nível que as águas atingiram em 2009, mas como o fenômeno da enchente dura até o mês de junho, esta cota será facilmente rompida. De qualquer forma, essa já é a segunda maior cheia de que se tem registro em toda a história.

As construções em Manaus, principalmente prédios, são erguidas com base na cota máxima de 30 metros. Esta marca foi definida ainda quando a cidade experimentava o crescimento e com base no nível do mar e em marcas registradas até então.

O porto de Manaus mede a subida do Rio Negro há 118 anos e a marca de 30 metros nunca foi superada. Entretanto, este ano, a previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é de que o nível chegue até a 30,35 metros, ultrapassando o recorde de 2012, que foi de 29,97m.

Como consequência, as ruas do Centro de Manaus já sofrem com os efeitos da cheia. Nas proximidades do prédio da Alfândega, que margeia o Rio Negro, as águas invadiram o estacionamento. Nos arredores do Relógio Municipal a água emerge das galerias erguidas pelos ingleses e que passam por baixo da via.

A Prefeitura de Manaus anunciou que utilizará sacos com areia para erguer barricadas ao longo da Avenida Eduardo Ribeiro, a principal do Centro, a fim de conter o avanço das águas.

Outras áreas que devem ser afetadas pela cheia na capital, segundo estudo realizado pela Defesa Civil do município, são os bairros Tarumã, Mauazinho, São Jorge, Educandos, Raiz, Betânia, Presidente Vargas, Colônia Antônio Aleixo, Aparecida, Centro, Santo Antônio, Cachoeirinha, Glória, Compensa e Puraquequara.

Amazonas

Em praticamente todo o Amazonas as cheias causam inundações. De acordo com dados da Defesa Civil, mais de 400 mil pessoas estão afetadas. De 62 municípios, 58 já foram atingidos pela subida dos rios da região – 25 estão em situação de emergência.

Em Parintins, o nível do Rio Amazonas já ultrapassou a marca histórica de 9,38 metros, registrada em junho de 2009. Além de alagar ruas da cidade, a cheia do Rio Amazonas causou prejuízos a produtores rurais que perderam plantações cultivadas em áreas de várzea. A prefeitura disse que está ajudando as famílias afetadas, distribuindo cestas básicas e madeira para a construção de pontes e marombas.

Foto: Mário Adolfo Filho