77% da verba do G-20 tem de ajudar Objetivos do Milênio

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Campanha da ONU pede que pelo menos US$ 850 bilhões dos US$ 1,1 trilhão aprovados ajudem pobres a atingir os Objetivos do Milênio.

Os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) têm de ser os critérios para direcionar os financiamentos que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial vão promover com verba do G-20, pede a campanha Un Millenium (http://www.endpoverty2015.org/). A iniciativa das Nações Unidas quer que, dos US$ 1,1 trilhão do pacote aprovado na última cúpula do G-20, pelo menos US$ 850 bilhões ( 77% do total) sejam usados para ajudar os países pobres a cumprirem os oito ODM dentro do prazo que acaba em 2015.

Em comunicado, a campanha elogiou a decisão dos líderes dos países ricos e emergentes anunciada neste dia 02 em Londres, mas diz que é preciso garantir o aumento da ajuda ao desenvolvimento. “Os países mais pobres, especialmente os do sul da África, precisam de dinheiro para ajudá-los nos ODM, ou seja, precisam de ajuda para o desenvolvimento e não de empréstimos”, argumenta o texto intitulado "Resposta ao G-20".

Entre os setores que seriam beneficiados com os investimentos nos ODM estão o combate a pobreza, a educação, a saúde, o meio ambiente e a igualdade de gênero. Os países mais pobres da África, estima o documento da campanha, têm recebido menos de um quinto das quantias voltadas para ajuda nessas áreas.

A Un Millenium considera frágil outra das decisões da cúpula: de que os diretores do FMI e do Banco Mundial não serão mais necessariamente norte-americanos ou europeus. “O compromisso é tímido e lento demais para que se materialize uma administração mais inclusiva nas instituições financeiras”, declarou.

Já o combate ao protecionismo, outra promessa, se tornou apenas uma “retórica” e precisa ser monitorada, afirma o documento. Na cúpula anterior a de Londres, 20 países fizeram a promessa, mas 17 não a cumpriram, destaca.

“Vamos ajudar os cidadãos a cobrar dos líderes do G-20 a responsabilidade sob suas promessas”, diz o diretor da campanha Salil Shetty. “Apesar de elogiarmos os compromissos feitos na cúpula, reconhecemos que os resultados precisam ser urgentes”, concluiu.

(Envolverde/Pnud)