Parlamentares articulam premiar Cunha com anistia caso impeachment seja aprovado

“Outro deputado qualquer não teria resistido às pressões do Palácio do Planalto. Vamos salvá-lo”, explica o deputado Dirceu Sperafico (PP-PR) ao site Congresso em Foco

Foto: Lula Marques / Agência PT
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“Outro deputado qualquer não teria resistido às pressões do Palácio do Planalto. Vamos salvá-lo”, explica o deputado Dirceu Sperafico (PP-PR) ao site Congresso em Foco Por Redação Deputados federais já articulam uma anistia ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), caso o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) seja aprovado neste domingo. Cunha responde a processo no Conselho de Ética da Casa por ter mentido à CPI da Petrobras em março de 2015, quando afirmou que não tinha contas em paraísos fiscais. Os articuladores da anistia argumentam que o papel de Cunha como condutor dentro da Câmara do processo de cassação do mandato presidencial justifica que ele seja poupado por seus pares. “Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado”, defende Osmar Serraglio (PMDB-PR). “Outro deputado qualquer não teria resistido às pressões do Palácio do Planalto. Vamos salvá-lo”, explica o deputado Dirceu Sperafico (PP-PR). Apesar das graves acusações contra si, o presidente da Câmara dos Deputados mantém uma bancada de pelo menos 200 parlamentares fiéis a ele, boa parte deles pertencente à bancada BBB (boi, bala e bíblia). Além da cúpula do PMDB e o PSC, partido comandado pela bancada evangélica, o perdão à Cunha conta com simpatizantes no PR, PP, PRB (Ligado à Igreja Universal), SD, DEM e PSDB. Os investigadores suíços identificaram depósitos de US$ 4,8 milhões e de 1,3 milhão de francos suíços (montante equivalente a R$ 23 milhões), em duas contas identificadas por eles como sendo de Cunha e de sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz. O presidente da Câmara já é réu no Supremo pelas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. A articulação para salvar Cunha já deu seus primeiros passos dentro do Câmara, com a renúncia do deputado Fausto Pinato (PP-SP) à vaga que ocupava no Conselho de Ética. Ele foi o primeiro relator do caso do presidente da Câmara e defendeu o prosseguimento das investigações. Durante a elaboração de seu relatório, Pinato chegou a prestar depoimento à Polícia Federal em que relatava estar sendo vítima de ameaças. No seu lugar foi nomeada a deputada Tia Eron (PRB-BA), evangélica como Cunha e sua admiradora declarada. Com informações do Congresso em Foco