Candidato a vereador, homem negro é preso e agredido por “ouvir Rap muito alto”

Escrito en DIREITOS el
Renato Freitas é candidato a vereador pelo PSOL em Curitiba. Ele acusa a Guarda Municipal de racismo e violência durante a detenção, levando um soco na nuca: “Pisaram umas três vezes em mim”, relata. Da Agência Democratize Qual é o limite do racismo institucional no Brasil? A pergunta, feita de forma cotidiana nas comunidades periféricas do país, acabou sendo refletida na última quinta-feira (25) em Curitiba no Paraná. Tudo porque Renato Freitas, homem negro e candidato a vereador pelo PSOL na cidade, foi vítima de mais um caso da violência institucional do poder público. Enquanto estava no Centro da capital paranaense, Renato ouvia músicas de rap quando a Guarda Municipal se aproximou dele. Segundo nota, no boletim de ocorrência feito pelos agentes que atuaram na detenção foi informado que os guardas foram acionados por um funcionário da Casa da Leitura da Rua do Rosário. Segundo o jornal Tribuna, Renato demonstrava nervosismo ao relatar sobre o caso, após ser liberado no 3ºDP na tarde desta quinta. O candidato contou que o guarda questionou de quem era o carro estacionado, e que ele respondeu que era dele e a revista poderia ser feita, mas ele queria observar o procedimento. Foi quando o guarda teria respondido: “você não tem que deixar nada”. A partir dai o candidato pelo PSOL precisou se identificar como advogado para impedir uma ação mais truculenta por parte dos agentes de segurança?—?não adiantou. O guarda teria questionado: “por que você é advogado acha que pode dizer o que a polícia pode fazer?” Após a troca de farpas, os guardas partiram para a agressão contra Renato, que ficou ferido na nuca após um soco do agente, além de ter sido pisoteado pelo menos três vezes pelos guardas. Além disso, Renato afirma ter sofrido racismo, com ofensas ditas pelos agentes públicos. Segundo Renato, ao chegar na delegacia os policiais o fizeram ficar nu, trancado dentro de uma cela. Para a noite desta sexta-feira (26), foi marcado um ato chamado ‘Rap pela Liberdade’ no Largo da Ordem, a partir das 19 horas, em solidariedade ao candidato.