A alergia a fatos empíricos da direita

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No editorial de 28 de janeiro, o The New York Times afirma que Donald Trump tem “alergia a fatos empíricos”. Ele continua mentindo e espera que todos acreditem nele. Assim opera a nova direita. Mitomaníaca por excelência. Nesse ponto, Trump, Temer, e toda uma direita que compromete a sanidade da humanidade no momento presente, berrando odiosamente ter direito a uma “opinião” nas redes, parece idêntica. A realidade dos fatos não interessa Por Adriana Dias* No editorial de 28 de janeiro, o The New York Times afirma que Donald Trump tem “alergia a fatos empíricos”. Como exemplos o jornal cita a tática do empresário em persuadir bancos para permitir empréstimos gigantes para cassinos que vivenciariam a falência, sua capacidade de convencer pessoas que sua famosa torre tem andares que não possui, ou que seu reality show, "O Aprendiz, "ocupava o primeiro lugar dos shows na televisão ", quando era na verdade 67º. Essa habilidade parece ter sido fundamental em sua eleição: quando confrontado com fatos ele afirma que milhões de pessoas acreditam nele. Ele continua mentindo e espera que todos acreditem nele. Assim opera a nova direita. Mitomaníaca por excelência. Nesse ponto, Trump, Temer, e toda uma direita que compromete a sanidade da humanidade no momento presente, berrando odiosamente ter direito a uma “opinião” nas redes, parece idêntica. A realidade dos fatos não interessa, a convicção supera a necessidade de provas, o ódio de classe, aos negros, aos imigrantes, aos nordestinos, supera qualquer possibilidade de argumentação. Evoco Sartre para lembrar, isso não é opinião, é racismo, mas meu argumento desaparece diante do ódio alheio. O fascismo demonstrado nas redes quando Dona Marisa precisou ser internada, a busca interminável de um motivo para prender Lula, ainda que não haja provas, enquanto corruptos notórios sabatinarão o próximo ministro do STF que participará do plenário que os julgará demonstra como a direita tem a mesma alergia a fatos empíricos. A nós que lidamos coma realidade, resta a luta e a resistência, enquanto as portas do delírio parecem apenas cada vez maiores. *Adriana Dias é Bacharel em Ciências Sociais em Antropologia, Mestre e Doutoranda em Antropologia Social – tudo pela UNICAMP. É também coordenadora do Comitê “Deficiência e Acessibilidade” da Associação Brasileira de Antropologia e coordenadora de pesquisa tanto no Instituto Baresi (que cria políticas públicas para pessoas com doenças raras) quanto na ONG ESSAS MULHERES (voltada à luta pelos direitos sexuais e reprodutivos e ao combate da violência que afeta mulheres com deficiência). É Membro da American Anthropological Association, e foi membro da Associação Brasileira de Cibercultura e da Latin American Jewish Studies Association Os artigos desta seção não refletem necessariamente a opinião da Fórum. Participe, envie seu artigo para [email protected] (escreva Fórum Debate no assunto da mensagem).