"A gente vai sair junto", diz Bolsonaro após Guedes balançar no cargo

Mesmo com os péssimos resultados econômicos, presidente elogiou o trabalho do ministro em 2019 que, na avaliação dele, foi "ainda melhor" em 2020

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Agência Brasil)Créditos: Presidência da República
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Após nova debandada de assessores e diante de péssimos resultados econômicos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) concederam entrevista neste domingo (24) depois de evento no Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília.

Mais uma vez, Bolsonaro usou o encontro para demonstrar apoio ao ministro e evitar uma queda do principal fiador do governo com o mercado financeiro. "A gente vai sair junto, lá na frente. Pode ter certeza disso", garantiu.

Com a economia em frangalhos, o presidente aproveitou para elogiar o trabalho do ministro em 2019 que, na avaliação dele, foi "ainda melhor" em 2020. A pressão pela demissão de Guedes cresceu nesta sexta-feira (22) após a saída de quatro secretários da Economia.

Guedes critica Lula e Pacheco

Tanto Guedes quanto Bolsonaro voltaram a culpar terceiros pela desastrosa política econômica. Dessa vez, o alvo foi o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). Guedes cobrou a aprovação das reformas econômicas que estão em tramitação no Congresso, para compensar o furo do teto dos gastos.

Segundo ele, Pacheco, cotado como candidato a presidente, precisa ajudar o governo se quiser se "viabilizar como uma alternativa séria". "O presidente do Senado se lança agora à presidência da República. Se ele não avançar com as reformas, como é que vai defender a própria candidatura dele? Ele precisa avançar com as reformas, precisa nos ajudar a fazer as reformas", afirmou.

Com medo do bom desempenho de Lula nas pesquisas eleitorais, o ministro atacou de forma indireta o ex-presidente. "A história de que o Brasil não vai crescer é narrativa política. Já está crescendo este ano e vai crescer mais no ano que vem. O presidente sempre apoiou as reformas. É um político popular, mas está deixando a economia ser reformista. Ele não é populista", disse.

"Tem muito populista aí, inclusive candidato à Presidência, falando em R$ 600, R$ 700, R$ 800. Eles quebraram o Brasil e não taxaram os super-ricos. Quebraram o Brasil e não fizeram nada sobre essa roubalheira", continuou Guedes, em referência ao valor defendido por Lula para o auxílio aos mais pobres na última semana.

Já Bolsonaro culpou o lockdown - chamado por ele de política do "fique em casa" - e as burocracias do Brasil que, segundo ele, o impediram de "privatizar muito mais".