ABI aciona STF contra Bolsonaro por obstrução de Justiça nas gravações do caso Marielle

Jair Bolsonaro e seu filho Carlos, sob a justificativa “de assegurar que as gravações não seriam manipuladas, acessaram, em data imprecisa, por meios próprios, elementos probatórios de uma investigação criminal sigilosa e em andamento”

Foto: Reprodução/FacebookCréditos: Redes Sociais
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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ingressou, nesta segunda-feira (11), com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é pedir a abertura de um inquérito policial para apurar os fatos que envolvem Jair Bolsonaro e o porteiro do condomínio Vivendas da Barra. A entidade pede que o STF determine “a busca e apreensão do computador onde estão armazenadas as gravações do condomínio para a realização de perícia, incluindo as gravações do circuito interno de câmeras e do material eletrônico obtido indevidamente” por Jair e Carlos Bolsonaro, material indispensável para investigação do caso Marielle Franco. Jair Bolsonaro e seu filho Carlos, sob a justificativa “de assegurar que as gravações não seriam manipuladas, acessaram, em data imprecisa, por meios próprios, elementos probatórios de uma investigação criminal sigilosa e em andamento”. Conforme o processo, as gravações foram periciadas, mas os questionamentos das promotoras de justiça responsáveis pelas investigações não incluíam possibilidades de os arquivos terem sido apagados ou renomeados, fato este importante, visto que é o nome do arquivo que indica a casa que recebeu ligação da portaria. O laudo policial informou que os técnicos não tiveram acesso ao computador de onde os dados foram retirados, razão pela qual não se pode identificar se houve edição ou não dos arquivos. Na avaliação da ABI, este é um caso de crime de obstrução de Justiça, uma conduta que impede a investigação de infração penal. Sob essa perspectiva, as condutas do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro carecem de investigação. Investigações A Polícia Civil do Rio de Janeiro já obteve algum material nas investigações sobre a portaria do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro morou até 31 de dezembro e onde mora Carlos. A polícia já sabe que o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o número 58 (o da casa de Jair Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado por Carlos Bolsonaro e periciado em duas horas pelo Ministério Público. Trata-se de outro porteiro. O porteiro que prestou os dois depoimentos em outubro, e disse ter ouvido o ok do “seu Jair” quando Élcio Queiroz quis entrar no condomínio, ainda está de férias.