Abortos de bebês do sexo feminino se espalham como 'epidemia' no leste europeu, diz ONU

A preferência por meninos faz com que muitos pais decidam interromper a gravidez; estatísticas mostram que, em 2060, pode haver a falta de 93 mil mulheres somente na Armênia.

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A preferência por meninos faz com que muitos pais decidam interromper a gravidez; estatísticas mostram que, em 2060, pode haver a falta de 93 mil mulheres somente na Armênia Por Redação* O chefe da divisão de gênero do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), Luis Mora, fez um alerta nesta segunda-feira (10) sobre a prática de aborto de fetos do sexo feminino. Durante um simpósio, ele afirmou que esta realidade está se espalhando para países além da Índia e China, atingindo também a população do Leste Europeu. Pesquisas recentes mostraram a preferência dos pais por bebês do sexo masculino e o acesso à tecnologia fez com que eles passassem a selecionar o gênero das crianças em uma proporção alarmante na região do Cáucaso, na fronteira entre Europa e Ásia. "Vimos como a discriminação, a preferência por meninos e todas as questões relacionadas têm progressivamente se espalhado para países que nunca antes tínhamos pensado que poderiam praticar a escolha do gênero, como os países do Leste Europeu", afirmou. Mora comparou o feticídio feminino em regiões como Albânia, Kosovo e Macedônia a uma “epidemia”, citando como exemplo o vírus Ebola. O UNFPA estima que, na Armênia, haverá a falta de cerca de 93 mil mulheres em 2060, se a situação permanecer inalterada. Especialistas afirmam que a forte estrutura patriarcal e a consequente desigualdade entre os gêneros nesses países são as principais razões que explicam o fato. * Com informações da Reuters

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