"Ação criminosa", diz presidenta do Sindicato dos Professores de SP sobre ação de Holiday nas escolas

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Para Bebel, presidenta da APEOESP, visita do vereador nas escolas para fiscalizar os planos de aulas de professores "extrapola totalmente seu papel como parlamentar e se enquadra no padrão de atuação do movimento auto denominado 'escola sem partido'" Por Redação A presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, (APEOESP), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, divulgou nota nesta terça-feira (4) em que repudia a ação do vereador Fernando Holiday (DEM-SP) de visitar escolas para fiscalizar os planos de aulas e intimidar professores. De acordo com Bebel, a iniciativa faz parte do projeto "escola sem partido", que já recebeu pareceres de inconstitucionalidade do Ministério Público. "Sua forma de agir demonstra de maneira clara como será a realidade de nossas escolas e da nossa categoria caso sejam aprovados e sancionados os projetos de lei desta farsa denominada “escola sem partido”, que tramitam no Congresso Nacional, em Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores em todo o Brasil", escreveu. Leia também: E se o Fernando Holiday bater na porta da sala de aula? Bebel, na nota, chamou atenção ainda para o fato de que a ação acontece, na rede municipal, sem qualquer posicionamento do prefeito João Doria (PSDB). "Lamento que fatos como este ocorram abertamente na rede municipal de ensino, sem que o prefeito João Doria Junior ou seu secretário da Educação tomem qualquer providência para coibir esses abusos e para assegurar aos professores e professoras suas prerrogativas como educadores/as e como cidadãos e cidadãs". Confira a íntegra do texto.

Repudiamos a ação intimidatória do vereador Fernando Holliday

 

  Não à farsa da “escola sem partido”

    Quero, por meio desta nota, demonstrar toda a minha indignação pessoal e da APEOESP com a atitude do vereador Fernando Holliday (DEM), que está percorrendo escolas da rede municipal para intimidar professores, exigindo que lhe apresentem seus planos de aula e os conteúdos que ministram, objetivando enquadrá-los numa suposta “doutrinação” de estudantes. Este vereador foi eleito com o apoio do Movimento Brasil Livre (MBL), financiado por empresários e partidos e um dos movimentos responsáveis pela articulação do golpe que retirou do governo a presidenta eleita Dilma Rousseff.

    A ação criminosa deste vereador, que extrapola totalmente seu papel como parlamentar, se enquadra no padrão de atuação do movimento auto denominado “escola sem partido”, ao mesmo tempo incentivador e resultado do processo de ampliação do conservadorismo e dos retrocessos que estamos vivendo no Brasil.

    Sua forma de agir demonstra de maneira clara como será a realidade de nossas escolas e da nossa categoria caso sejam aprovados e sancionados os projetos de lei desta farsa denominada “escola sem partido”, que tramitam no Congresso Nacional, em Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores em todo o Brasil. Felizmente, pareceres do Ministério Público Federal e de Ministérios Públicos Estaduais têm apontado a inconstitucionalidade desses projetos, tendo o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomado a decisão de suspender a vigência deste projeto, aprovado na Assembleia Legislativa de Alagoas.  

    Lamento que fatos como este ocorram abertamente na rede municipal de ensino, sem que o prefeito João Dória Junior ou seu secretário da Educação tomem qualquer providência para coibir esses abusos e para assegurar aos professores e professoras suas prerrogativas como educadores/as e como cidadãos e cidadãs.

Repudio de forma veemente esta ofensiva autoritária de Fernando Holliday, de seu partido e de todos aqueles que são incapazes de conviver com a democracia, a diversidade e a pluralidade de concepções na nossa sociedade.

    A APEOESP está disponível a todos os seus associados e associadas que de alguma forma sejam atingidos pela ação deste vereador, para todas as medidas judiciais cabíveis.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)