Adnet se posiciona sobre denúncias de assédio sexual contra Marcius Melhem: "Todo meu apoio às vítimas"

Dani Calabresa, ex-esposa de Adnet, foi a primeira entre as inúmeras atrizes da Globo que denunciaram Melhem por assédio; advogada das vítimas revelou que o diretor trancava, agarrava e tentava beijar mulheres à força

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Neste sábado (24), as denúncias de assédio sexual contra o ator e ex-diretor da Globo, Marcius Melhem, ganharam novos contornos com uma entrevista concedida pela advogada de 6 atrizes que se dizem vítimas de Melhem à Folha de S. Paulo.

À jornalista Mônica Bergamo, a advogada Mayra Cotta deu detalhes de como Melhem supostamente assediava atrizes que eram subordinadas a ele. A primeira denúncia foi feita pela atriz Dani Calabresa, no final do ano passado, e a partir de então outras atrizes começaram a denunciar Melhem à Globo que, em agosto, decidiu romper o contrato com o ator de maneira "amigável", sem citar as denúncias de assédio.

Desde então, dezenas de mulheres que trabalham na Globo vêm se mobilizando para cobrar uma atitude mais enérgica da emissora. "As vítimas e as testemunhas que eu represento depuseram no processo de compliance [aberto pela TV Globo para apurar denúncias contra o ex-diretor]. O processo foi encerrado e elas estavam sem saber muito bem como se organizar para que essa história tivesse um desfecho que reconhecesse tudo o que elas passaram e toda a gravidade do comportamento que o Marcius Melhem teve enquanto ele foi chefe", disse a advogada.

De acordo com Mayra Cotta, Marcius Melhem agiu com violência com várias mulheres, e utilizava seu poder como diretor para intimidá-las. Ela contou ainda que o assédio não se limitou ao moral, mas que, em inúmeras situações, se configurou, sim, assédio sexual.

"Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e as tentar agarrar, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem inclusive de teor sexual para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas [nos programas de humor]. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente", revelou.

"Foram casos de assédio sexual mesmo. De mulheres falando não, não quero, me solta, não vou beijar, não vou ficar com você. E ele tentando, agarrando. Não tem zona cinzenta, isso é violência. E aí tem algo muito sério: ele era chefe delas. Ele tinha uma posição de poder", completou a defensora.

Diante da repercussão dos detalhes da suposta prática de assédio por parte do diretor, outros humoristas se posicionaram sobre o assunto. Um deles foi Marcelo Adnet, que assinava a redação final do programa "Tá no Ar" junto com Melhem e que contracenou com o ator e diretor em inúmeros programas. Adnet, inclusive, foi casado por 7 anos com Dani Calabresa, primeira atriz a denunciar Melhem.

"Sobre a matéria de Mônica Bérgamo na Folha de SP: todo meu apoio e solidariedade às vítimas!", escreveu Adnet nas redes sociais.

O humorista Gregório Duvivier também se manifestou: "Parabéns a Monica pela matéria, e toda solidariedade às vítimas".

Também pelo Twitter, Marcius Melhem fez uma sequência de postagens pedindo desculpas caso tenha "magoado" alguém, mas se disse inocente e negou as acusações de assédio sexual. "Estou disposto a reconhecer meus erros, pedir desculpas e, se possível, reparar pessoas q eu tenha de qualquer forma magoado. Quero enfrentar isso c/ verdade e humanidade e me expor se for preciso", escreveu.

"Mas diante de acusações tão graves q de forma alguma cometi, o q eu posso fazer? Negar. Eu coloco à disposição toda minha comunicação que tenho arquivada, com qualquer pessoa que tenha trabalhado ou se relacionado comigo nesses anos. E peço que ouçam as pessoas que trabalharam comigo que acompanharam muitas situações de perto e que podem falar bastante sobre isso tudo. Peço por favor que apurem a verdade e não apoiem mentiras", completou.