Advogado denuncia ilegalidade na prisão de estudantes em ocupação de São Paulo

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Jovens, a maior parte deles menores, foram retirados e detidos na base da violência e sem ordem judicial de uma ocupação que durava menos de um dia no Centro Paulo Souza. Além dos adolescentes, que foram liberados na madrugada, PM prendeu jornalistas que cobriam a ação Por Redação* Quarenta estudantes, a maior parte deles menores, foram liberados pela Polícia Civil por volta das 4h da madrugada desta sexta-feira (4) após serem presos pela Polícia Militar horas antes no Centro Paula Souza, na região central da capital. Os jovens haviam iniciado, naquele mesmo dia, uma ocupação para se somar às dezenas de outras espalhadas pelo país em protesto contra a PEC 241 e os cortes projetados na área da educação pelo governo de Michel Temer, mas mal puderam se reunir para planejar o próximo dia quando foram surpreendidos pela Tropa de Choque da PM, que invadiu o local. Pode-se afirmar que foi uma invasão pois ação da Polícia Militar para desocupar o Centro Paula Souza não foi executada sob nenhuma ordem judicial. De acordo com Denis Veiga Junior, advogado que acompanhou a detenção dos estudantes, a desocupação foi permeada de ilegalidades. "A PM fez a retomada à força, sem ordem judicial, sem que chamasse o Conselho Tutelar, afinal havia menores, e impedindo que o advogado conversasse com os estudantes que estavam sendo presos", contou. Como de praxe, não faltam relatos de abuso e violência policial. Um estudante conta ter tido um dos dentes quebrados por um PM durante a ação. Uma garota, aos prantos, conta que foi alvejada com spray de pimenta nos olhos. Além dos alunos, foram presos também de forma arbitrária o fotógrafo Leandro Moraes, colaborador da Mídia Ninja, e Murilo Salazar, da revista Vaidapé, que foram liberados horas depois junto com os estudantes. Essa não é a primeira vez que alunos secundaristas ocupam o Centro Paula Souza. Entre o ano passado e este ano o local foi alvo de mais de uma ocupação de estudantes contra a reorganização escolar promovida pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), bem como contra o escândalo da chamada Máfia das Merendas, que tem como principal suspeito de participação o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB). *Com informações da Agência Brasil e Rede Brasil Atual Foto: Jornalistas Livres