Advogado que escondeu Queiroz sempre se apresentou como 'advogado do presidente'

Depois da prisão do ex-assessor de Flávio, defesa de Jair Bolsonaro divulga nota afirmando que Fred Wassef atende apenas o filho

Frederick Wassef - Foto: Reprodução/GloboNews
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A advogada de Jair Bolsonaro, Karina Kufa, divulgou uma nota oficial nesta quinta-feira (18) afirmando que Fred Wassef, proprietário da casa em Atibaia (SP) onde Fabrício Queiroz estava escondido há um ano, nunca foi advogado do presidente, mas apenas do seu filho, o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

No entanto, Wassef sempre se apresentou como advogado do presidente, sem nunca ser contestado. Preso nesta quinta, Queiroz é ex-assessor de Flávio e peça-chave em investigação de esquema de corrupção envolvendo o gabinete do filho do presidente, quando ele era parlamentar no Rio.

"Todas as ações do senhor Jair Messias Bolsonaro, sejam elas cíveis, criminais ou eleitorais, em curso no poder judiciário, exceto aquelas de competência da AGU, estão sob a responsabilidade deste escritório, cuja única sócia é sua fundadora, Karina Kufa. O advogado Frederick Wassef não presta qualquer serviço advocatício em nenhuma ação em que seja parte o senhor Jair Messias Bolsonaro e não faz parte do referido escritório, não constando seu nome em qualquer processo", diz trecho da nota.

Em dezenas de entrevistas, porém, Wassef se apresentou como advogado de Jair Bolsonaro. No dia 11 de maio, por exemplo, Wassef deu uma longa entrevista à TV Bandeirantes dizendo ser advogado do presidente e foi apresentado desta forma.

Dias depois, a propósito de uma manifestação do delegado da Polícia Federal que investigou o caso Adélio, Wassef escreveu uma nota oficial novamente como advogado do presidente.

“Sou  advogado do presidente Jair Bolsonaro desde  2014, como também  sou advogado do seu filho o senador Flávio  Bolsonaro. Em setembro de 2019 , após várias  reuniões entre mim e o presidente Jair  Bolsonaro no  Palácio da Alvorada (...) o presidente me acionou para atuar  no caso.  No dia 21 de setembro o presidente  assinou  minhas procurações.  Não fui a TV Bandeirantes  para dar furo jornalístico,  mas ao contrário, fui  convidado a dar entrevista em nome do Presidente (...)", dizia a nota.

Com informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo

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