Alberto Fernández anuncia início da vacinação contra o coronavírus na Argentina

Presidente do país vizinho garantiu que campanha começará na última semana de dezembro ou primeira de janeiro, e não quis revelar qual vacina utilizará, embora a imprensa local especule que se trata da russa Sputnik V

Alberto Fernández (foto: Agência Télam)
Escrito en CORONAVÍRUS el

A Argentina já tem data aproximada para começar a vacinar sua população com o novo coronavírus: “entre o final de dezembro e os primeiros dias de janeiro”, segundo palavras do próprio presidente Alberto Fernández.

A declaração foi dada em entrevista ao jornal Página/12, na qual o mandatário argentino afirmou que pretende vacinar no primeiro mês de campanha ao menos 10% da população do país.

Fernández não quis revelar que vacina será utilizada nesse período, apenas lembrou que o país vinha negociando com a Rússia, para comprar a vacina Sputnik V, e também com os laboratórios estadunidenses Pfizer e Moderna. No entanto, meios argentinos afirmam que há fontes internas do governo que consideram as negociações com a Rússia mais adiantadas que as com as farmacêuticas privadas.

“Eu tenho conversado com presidentes da América Latina sobre a necessidade de começar a vacinar logo, vendo o exemplo da Europa e sua segunda onda. Creio que podemos evitar muitos problemas se conseguimos vacinar o maior número de pessoas possível antes da chegada do outono”, analisou Fernández.

O presidente argentino também esclareceu uma polêmica plantada pelos meios locais antiperonistas, sobre uma suposta contradição sua, pois teria dito, no mesmo dia, a um jornal chileno, que a vacinação começaria em março. Na verdade, a declaração se referia às doses da vacina de Oxford que serão produzidas na Argentina e vendidas ao Chile.

“Nós queremos vacinar muita gente até março. Ao menos 10% em janeiro, mas muito mais que isso até o outono, e para isso devemos comprar diferentes vacinas, além de produzir algumas delas, como a vacina de AstraZeneca/Oxford, que estará disponível em março não só para os argentinos como para outros países. O governo do Chile já nos procurou por seu interesse nessa vacina, e devemos enviar as doses solicitadas até o final de fevereiro”, acrescentou o presidente argentino.

Finalmente, Fernández também falou sobre a possível duração da imunidade das vacinas que serão distribuídas. “Não sou um especialista, e os cientistas e autoridades sanitárias com quem me assessoro tampouco demonstram ter certezas sobre o tema, mas estimam que estas vacinas terão que ser renovadas todos os anos, como as da gripe”, analisou.