Alberto Fernández e Papa Francisco falam sobre parceria com católicos para combater a pobreza na Argentina

Segundo Fernández, o papa concordou que “a Argentina precisa acabar com o tempo das divisões sociais” e também que “a prioridade para o país hoje é a luta contra a pobreza e a inflação”

O Papa Francisco e Alberto Fernández, em encontro no Vaticano (Foto: Agência Télam)
Escrito en GLOBAL el
A manhã desta sexta-feira (31) marcou o encontro de dois chefes de Estado argentinos. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, que assumiu o cargo em dezembro passado, e o Papa Francisco, também argentino, que é a máxima autoridade da Igreja Católica e chefe de Estado do Vaticano. Após o encontro, onde falaram sobre várias questões, mas sobretudo sobre a realidade argentina, Fernández disse que ambos tiveram uma conversa “muito agradável”, na qual concordaram, entre outras coisas, que “a Argentina precisa acabar com o tempo das divisões sociais”, em referência à polarização política entre kirchneristas e macristas, que marcou o país na última década – semelhante ao que acontece no Brasil, com setores similares da direita e da esquerda. Além disso, também houve um diagnóstico econômico em comum entre ambos os líderes políticos. Segundo Fernández, “a prioridade para o país hoje é a luta contra a pobreza e a inflação, o Papa está de acordo com essa leitura, e nós também, e estaremos trabalhando por esse objetivo, pelo qual contamos com o apoio de vários grupos da Igreja Católica argentina que já trabalham por causas sociais desde a época que ele (Francisco) cardeal em Buenos Aires, e liderava pessoalmente esses esforços”. Na reunião, eles também discutiram a recente nomeação de María Fernanda Silva, a primeira embaixadora negra da história da Argentina, que foi credenciada nesta quinta-feira (30) como representante do país no Vaticano. “Ele se alegrou que fosse ela, e já a conhecia, porque era subsecretária desta embaixada na década passada, e portanto não é difícil imaginar que terão uma boa relação”, comentou Fernández. Ao terminar a coletiva posterior ao encontro, o presidente argentino enfatizou que Francisco foi “muito generoso em seu tratamento e em suas palavras”, e o definiu como “uma figura transcendental da humanidade”. Sobre a possibilidade da tão esperada visita do Papa à Argentina – Francisco não visitou a terra natal desde que assumiu o pontificado, em 2013. Fernández confirmou que fez o convite: “disse a ele que basta ele me ligar, e nos colocaremos à disposição imediatamente”.