Aliada a Bolsonaro, Record segue o presidente e ignora canonização de Irmã Dulce

Emissora do bispo Edir Macedo boicotou a cobertura da canonização de Dulce, em uma postura mais agressiva do que a tomada em 2011

Reprodução/Record
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O silêncio sobre a canonização de Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres, não ficou restrito apenas ao presidente Jair Bolsonaro. A TV Record, cada vez mais aliada de Bolsonaro, ignorou completamente a cerimônia no Vaticano em seus noticiários. Segundo o colunista Maurício Stycer, do UOL, enquanto a maior parte da imprensa nacional deu grande destaque para a primeira santa brasileira, os noticiários da emissora do bispo Edir Macedo passaram em branco. Nas contas do jornalista, GloboBandSBTRede TV exibiram, pelo menos, 5:30 minutos de reportagem sobre Dulce no telejornal noturno do sábado (12), véspera da canonização. Das quatro, apenas a Rede TV não enviou correspondente internacional para Roma. A TV Brasil também contou com repórter na Itália e produção de conteúdo em vídeo sobre a cerimônia de Santa Dulce. Stycer aponta que a única menção feita pela Record ao Vaticano no sábado foi em crítica ao Sínodo da Amazônia, que tem sofrido com ataques de bolsonaristas. Já no domingo, a revista eletrônica Domingo Espetacular, que tem mais de 3 horas de duração, não garantiu um segundo sequer a Dulce. "Foi um boicote ainda mais radical do que o ocorrido na beatificação de Irmã Dulce, em 2011, passo anterior da canonização. Naquela ocasião, tanto o principal telejornal quanto a revista eletrônica dominical da Record falaram do assunto, ainda que modestamente, em reportagens", conta o jornalista.