Professor da UFMG é afastado após denúncia de assédio

Alunos pediram afastamento de dois docentes por tecerem comentários, em sala de aula e na internet, que constrangeram os estudantes

UFMG (Reprodução: Rede Globo)
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Alunos pediram afastamento de dois docentes por tecerem comentários, em sala de aula e na internet, que constrangeram os estudantes Por Redação Um professor do curso de ciências sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi afastado após alunos pressionarem a direção a afastá-lo, em função de uma denúncia de assédio moral e sexual contra uma estudante. Uma sindicância formada por duas professoras e um aluno foi aberta para apurar o ocorrido, o que pode resultar na formação de uma comissão disciplinar. Nesse caso, outra investigação será feita, podendo culminar com advertência ou exoneração do cargo. O docente Francisco Coelho dos Santos foi alvo de protestos dos estudantes por conta do suposto assédio cometido em sala de aula. De acordo com a coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs), Fernanda Maia Caldeira, em entrevista ao jornal O Tempo, Coelho se insinuou para uma aluna. “Ele usa os alunos para exemplificar a matéria. E nesse dia disse que a nossa colega era atraente e que se não houvesse uma relação de professor e aluno, ele gostaria de ficar na horizontal com ela.” [caption id="attachment_34322" align="alignleft" width="405"] Alunos estão organizando para esta semana novos protestos pedindo a saída dos dois docentes (Reprodução Rede Globo)[/caption] Coelho teria adotado postura sexista em outras ocasiões, segundo Tiago Lopes, estudante da unidade, que afirma ter visto o professor se dirigir para uma colega dizendo que “ela não passava de uma costela” e que “deveria ficar calada.” Antes de ser feita a denúncia formal, enderaçada ao colegiado de ciências sociais, à direção da Fafich, à reitoria, ao Ministério da Educação e ao MP-MG, outros fatos constrangedores foram descritos em uma nota de repúdio. O professor teria insinuado, de acordo com a nota, que uma aluna e um amigo estavam tendo relações sexuais porque dialogavam. Teria falado ainda, em outra ocasião, que "mulheres menstruadas não serviam para nada, nem para o consumo oral", segundo o texto. Doutor em sociologia pela Universidade de Sorbonne (Paris) e há 16 anos na universidade, Coelho declarou ao jornal O Estado de Minas que aceitou o afastamento até que seja concluída a sindicância. Ele alega não ter tido intenção de causar prejuízo a qualquer aluno e considera a situação "desagradável". Machismo e homofobia Alunos da UFMG estão pedindo também o afastamento do professor Antonio Zumpano, professor do Instituto de Ciências Exatas (ICEx). Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE), Zumpano teria dito, em uma rede social: “Desafio alguém a mostrar aqui o depoimento de algum pai aceitando seu filho gay.” Zumpano teria postado, em seu perfil no Facebook, e no seu blogue, mensagens homofóbicas, de acordo com os alunos. “Ele disse uma vez, quando uma aluna foi violentada aqui por um homem, que o machismo é uma virtude e que a estudante estava no lugar errado na hora – sendo que ela tinha acabado de sair da aula”, afirmou Giselle Maia, do Centro Acadêmico da Gestão Pública (CAGP), da UFMG, ao O Tempo. Apesar de alguns comentários terem sido feitos na internet, o professor teria ferido o Código de Ética da universidade, de acordo com os estudantes. Os alunos estão organizando para esta semana novos protestos pedindo a saída dos dois docentes.