AM tem a maior taxa de óbitos; Pazuello diz que situação em Manaus era ‘completamente desconhecida’

Estado também registra a mais alta taxa de transmissão da Covid-19 no país. A cada 100 pessoas infectadas, outras 130 poderão se contaminar

Foto: Tadeu Júnior
Escrito en BRASIL el

Por Mário Adolfo Filho

O Estado do Amazonas já registra o maior número de óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes em todo o Brasil. Os dados são da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que acompanha os números por meio da plataforma Monitora Covid-19. 

De acordo com o monitoramento, no Amazonas são 171,87 óbitos a cada 100 mil habitantes. Para efeito de comparação, o Estado do Rio de Janeiro registra 166 óbitos a cada 100 mil habitantes, o Distrito Federal 147, Espírito Santo 140, Mato Grosso 139,5 e Roraima 130.

Em nota técnica, pesquisadores da Fiocruz emitiram o alerta ao governo do Amazonas apontando para a necessidade do aumento de leitos e o incremento das medidas de isolamento social em todo a unidade federativa, principalmente, nas regiões do Baixo Amazonas, que compreendem cerca de 13 municípios, como Nova Olinda do Norte e Apuí.

Até terça-feira o Amazonas registrou 7.424 de óbitos. Dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) apontam que só no mês de janeiro, mais de 1.500 pessoas morreram pela doença.

O estado também registra a mais alta taxa de transmissão da Covid-19 do país. Conforme a Secretaria de Saúde do AM, a cada 100 pessoas infectadas, outras 130 poderão se contaminar. 

Pazuello

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira (26) que o aumento de contaminações e internações pela Covid-19 em Manaus foi "uma situação completamente desconhecida para todo mundo". 

Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela atuação no colapso de saúde na capital do Amazonas, Pazuello voltou a afirmar que agiu para amenizar a crise e que o papel do Ministério da Saúde é somente de "apoio".

"Tivemos salto da contaminação, triplicando o número de contaminados. Foi uma situação completamente desconhecida para todo mundo. Foi muito rápido", disse o ministro, em evento para inauguração de reabertura do hospital Nilton Lins, em Manaus, que teve a capacidade de atendimento ampliada.