Ana Estela Haddad e Paola Carosella falam sobre seu #PrimeiroAssédio

Em entrevista à Folha de S. Paulo, a jurada do MasterChef e a primeira-dama de São Paulo relatam situações de abuso pelas quais passaram na infância e adolescência.

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Em entrevista à Folha de S. Paulo, a jurada do MasterChef e a primeira-dama de São Paulo relatam situações de abuso pelas quais passaram na infância e adolescência Por Redação No último domingo (8), a Folha de S. Paulo publicou matéria em que mulheres famosas aderem à campanha #PrimeiroAssédio e relatam situações de abuso pelas quais passaram na infância e adolescência. Entre as entrevistadas, estão a primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, e a chef Paola Corsella, jurada do MasterChef – programa que inclusive motivou a ação, depois que uma de suas participantes, de apenas doze anos, foi alvo de comentários virtuais com conotação sexual. Confira:

Ana Estela Haddad:

Eu tinha 12 anos. Havia visto um filme romântico no cinema com uma prima minha. Gostei do filme e resolvi assistir de novo, mas não tinha ninguém para me fazer companhia. Fui numa sessão de tarde, havia poucas pessoas. Um senhor bem mais velho sentou do meu lado, com um intervalo de uma cadeira. Durante a sessão, ele começou a se masturbar. Eu não entendi direito o que ele estava fazendo... Aquilo me perturbou demais. Eu não estava preparada para aquela situação. Saí um pouco antes de terminar a sessão. Tinha apagado essa memória da minha mente. Comecei a ler um pouco sobre o assunto [do primeiro assédio] e a lembrança foi vindo.

Paola Carosella:

Tinha 11 ou 12 anos e estava num ônibus na Argentina indo para a escola. Um homem colou em mim e começou a se masturbar. Tentei achar um espaço para fugir, mas ele bloqueava todos os meus movimentos com o corpo. Lembro do medo de que as pessoas olhassem para mim como se a culpa fosse minha. Quando consegui força e coragem, empurrei ele e desci do ônibus. Não conseguia andar. Minhas pernas tremiam. Nunca contei isso a ninguém, pois a sensação era de vergonha, como se a culpa fosse minha.

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