Ao defender Bolsonaro sobre caixa dois, chefe da Secom incita boicote publicitário à imprensa

Fabio Wajngarten comentou que parte da mídia ecoa fake news e que anunciantes devem evitar tais veículos para preservar suas marcas

Fabio Wajngarten e Bolsonaro (Reprodução/Youtube)Créditos: Reprodução/Youtube
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O chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) de Jair Bolsonaro (PSL), Fabio Wajngarten, usou suas redes sociais neste domingo (6) para criticar a cobertura da imprensa sobre a denúncia de caixa dois na campanha eleitoral do presidente e sugerir um boicote publicitário aos jornais que, no seu entender, veiculam "manchetes escandalosas". No Instagram, Wajngarten comentou que "parte da mídia “ecoa fake news, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade (e a) a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles preservando suas marcas”. Para defender Bolsonaro, Wajngarten relata um episódio da campanha de 2018 no qual um empresário teria oferecido recursos a Jair Bolsonaro e o então candidato só teria pedido que ele gastasse "sola de sapato" e "conquistasse votos". A Secom é o órgão do governo que define a divisão de verbas publicitárias oficiais para a mídia, e não tem domínio legal sobre negócios privados. Desde quando era candidato, Bolsonaro faz ameaças a órgãos de imprensa que o desagradam com o argumento de que iria "secar a fonte" do financiamento estatal. Caixa dois Neste domingo (6), Haissander Souza de Paula, ex-assessor parlamentar do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que na época era coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que “acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”. Em uma planilha apreendida em uma gráfica, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”. O ministro foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais na última sexta (4) sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente. Ele nega irregularidades. Com informações da Folha de S.Paulo