Ao vivo: Tacla Duran presta depoimento na Câmara e diz que Moro impõe mordaça

Ex-advogado da Odebrecht presta depoimento na Comissão de Direitos Humanos da Câmara

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O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran presta depoimento na manhã desta terça-feira na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Ele é ouvido por meio de videoconferência. 10:25 "O que temos hoje é a mordaça colocada pelo juiz Sergio Moro". 10:28 O Doutor Moro me ofendeu no Roda Viva sem a menor cerimônia. Quebrou o decoro. Me pré-julgou e me condenou. 10:32 O deputado Wadih Damous (PT-RJ) abre a série de perguntas questionando a veracidade das provas contra o presidente Temer. "O Janot disse que são extratos. A procuradora diz que são planilhas. O próximo procurador vai dizer que são o quê? Papeluchos? 10:35 Duran diz que há documentos da Odebrecht adulterados. "Nas planilhas que eu encaminhei na Comissão da JBS há diversos extratos adulterados". "O sistema (das planilhas) foi adulterado diversas vezes para o caso de ser apreendido". 10:40 "O sistema deveria ter sido periciado antes de condenar qualquer pessoa", diz Duran 10:42 O deputado Wadih Damous pergunta a Duran por que o Juiz Sergio Moro alega que não consegue ouvir o ex-advogado da Odebrecht ao não conseguir localizá-lo na Espanha. "É uma decisão com fins políticos", disse Duran. 10:46 Duran afirma que garotas de programas eram contratadas pela Odebrecht para agradar autoridades do meio político e jurídico. Em seguida, os encontros eram usados como meio de calar as mesmas autoridades. "Chantagem. Eles (diretores da Odebrecht) mandavam as mulheres no exterior para fotografar com autoridades". "As chantagens eram usadas para tudo: parar investigações." 10:55 Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) se disse chocado com a informação de que o juiz Sergio Moro passaria o feriado prolongado em Mônaco para um jantar com o príncipe Albert. Antes, Moro fez uma escala para receber dicas de etiqueta da família Doria. "Estamos vivendo uma situação absolutamente esdrúxula" 11:05 O deputado Paulo Pimenta recorda que Tacla Duran foi ouvido em diversos países sobre crimes da Odebrecht, menos no Brasil. Em audiência no dia 4 de dezembro, Tacla Durán foi ouvido por autoridades espanholas a pedido do juiz Sergio Moro. "Mas a audiência se resultou infrutífera porque nenhuma autoridade brasileira apareceu", recordou Duran. 11:10 No depoimento, Duran afirma que a Justiça brasileira sabe o seu endereço na Espanha, o que contradiz o argumento de Moro. O juiz da Vara de Curitiba alega que nunca convocou Tacla Duran para prestar depoimento por ter endereço desconhecido. 11:15 Duran afirma que o doleiro Dario Messer tinha acesso ao sistema de planilhas da Odebrecht. Messer é suspeito de envolvimento em escândalos de corrupção no Brasil e até no Paraguai. No entanto, o nome do doleiro não aparece, segundo Paulo Pimenta, em nenhuma planilha divulgada pela Lava Jato. 11:20 "Eu afirmo que o sistema do banco foi fraudado, onde as transferências internas foram adulteradas. Houve manipulação anterior por conta do sistema ser apreendido". O administrador do sistema, Paulo Sérgio, perguntava se o que se precisava já tinha sido salvo, porque seria apagado". 11:25 "Foi um grande acordo entre os acionistas", disse Duran sobre o acordo de leniência entre o MPF e a Odebrecht. 11:30 Paulo Pimenta lembra o caso de um dos maiores colabores da Lava Jato, o ex-excecutivo da Odebrecht Fernando Migliaccio, preso com 8 kg de barra de ouro na divisa da Suíça com a Itália. 11:35 Duran diz que três executivos da Odebretch que aceitaram a delação premiada foram beneficiados pela Lava Jato. "Eles pagaram multa de R$ 1 milhão de reais sendo que desviaram 2,6 bilhões de dólares. Foram condenados a cumprir prisão domiciliar, mas nenhum deles usou tornozeleira eletrônica e tinham autorização para viajar no exterior", disse. 11:40 Tacla Duran denunciou que um dos executivos da Odebrecht, Vinicius Borin, vem procurando o ex-advogado da Odebrecht insistentemente. "Ele tem tentado contado já há três meses. Eu não vou atendê-lo quero deixar aqui de público registrado. Eu creio que a Procuradoria deveria providenciar que ele parasse de me procurar. Ele não pode me procurar tendo um acordo". 12:00 Paulo Pimenta elenca uma série de políticos e empresários que foram "vítimas de tortura" pelo método da delação premiada. "Eu fui um deles, só que eu não cedi", disse Tacla Duran 12:20 O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG) lembrou que foi negado a Duran o direito de ser testemumha de defesa do ex-presidente Lula por cinco vezes. 12:40 "Os procuradores da Lava Jato não enviam meu processo aqui para a Espanha porque eles têm medo de uma derrota internacional" 12:50 "A extradição (para a Espanha) foi uma estratégia de defesa nunca escondi isso", argumentou Duran. O ex- advogado afirmou que já tinha residência no exterior e que não é um foragido. "Eu tenho residência fixa no exterior e a Justiça brasileira tem meu endereço". 13:00 Em depoimento à deputada Maria do Rosário, Tacla Duran reafirmou a denúncia de que recebeu oferta de um "por fora" feita por um advogado amigo de Sergio Moro, Carlos Zucolotto. "Me pediram US$ 5 milhões". "Foi um caminho de extorsão que eu não quis seguir". 13:10 Duran contou que Zucolotto pediu o pagamento de "US$ 5 milhões por fora" para, num acordo de delação, ter a multa diminuída de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões. Na versão da Lava Jato, Duran atuava como doleiro para a Odebrecht. O juiz Sergio Moro chegou a anunciar o bloqueio de R$ 60 milhões da conta do ex-advogado da Odebrecht que, por sua vez, acusou o amigo de Moro de pedir um por fora para diminuir a multa referente à acusação de recebimento de dinheiro de corrupção. 13:13 Maria do Rosário (PT) diz que o depoimento de Tacla Duran é fundamental para o país. "Todo ser humano tem o direito de defender-se O presidente Lula optou ficar no Brasil porque continua acreditando e com uma fé inabalável na democracia. Ele não quer ser indicado a nada, ele quer ser candidato a presidência da República. Ele quer ter o direito de defender-se". 13:15 Em um discurso contundente, Maria do Rosário diz que Sergio Moro age em conluio com os Estados Unidos para destruir as "fortes empresas nacionais". 13:30 Tacla Duran contou que depois da negociação com o advogado amigo de Moro, ele foi procurado por três procuradores da Lava Jato: Carlos Fernando dos Santos Lima, Julio Noronha e Roberson Pozzobom. Duran afirma que recebeu um email para a negociação de delação premiada. A abordagem dos procuradores contraria o princípio da delação premiada que pressupõe a iniciativa espontânea do delator. 13:40 O ex-advogado da Odebrecht lembrou que Moro saiu em defesa de Zucolotto quando houve a denúncia de Duran contra ele. 13:45 Tacla Duran voltou a ressaltar que o doleiro Dario Messer foi um dos nomes citados na planilha da Odebrecht e que não foi denunciado pela Lava Jato. "Trata-se de seletividade". 14:00 Tacla Durán calculou que se Messer e mais quatro pessoas envolvidas no esquema tiverem sido protegidos desde 1996 por Figueiredo Bastos, o esquema poderá ter rendido ao grupo U$ 25 milhões.