Mesmo com destaque na imprensa, Aécio Boladasso não decola

Uma semana após seu lançamento, a conta no Twitter já foi suspensa. No Facebook, conquistou apenas 3,7 mil curtidas

(Imagem: Aécio Boladasso)
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Uma semana após seu lançamento, a conta no Twitter já foi suspensa. No Facebook, conquistou apenas 3,7 mil curtidas Por Carta Maior [caption id="attachment_35847" align="alignleft" width="300"] (Imagem: Aécio Boladasso)[/caption] Mesmo com a publicidade escancarada - e quase antecipada - de O Globo, a nova estratégia do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para ganhar as redes sociais decolou tanto quanto mostram as pesquisas eleitorais que a candidatura do tucano tem decolado na corrida presidencial de 2014. Uma semana após seu lançamento, a conta de Aecio Boladasso no twitter já foi suspensa. No Facebook, conquistou apenas 3,7 mil curtidas. O número de interações também deixa a desejar: são menos de 3,5 mil pessoas falando sobre a página que já nasceu para ser manchete da imprensa. E muitas falando mal. Os motivos são vários. Manchete do jornal O Globo quando tinha apenas uma curtida, a estratégia já foi amplamente criticada por internautas que odeiam notícias fabricadas. Mas o que pesou profundamente foi a absoluta falta de originalidade: espécie de cópia infiel das redes sociais Dilma Bolada, a página que resta à Aécio não possui, nem de longe, a mesma espontaneidade da primeira. Criado em 2010 por Jeferson Monteiro, um garoto de 23 anos que não tem nenhuma relação funcional com o Palácio do Planalto, o perfil fake assumido da presidenta Dilma Rousseff já arrebatou 162 mil seguidores no twitter, mais de 559 mil curtidores no facebook e 26 mil no instagram. E surfa em popularidade crescente, com um humor genuíno milhares de vezes compartilhado nas redes sociais de simpatizantes e não simpatizantes do governo. Afinal, quem resiste a fazer piada com a “presidenta veloz e furiosa” que dribla sua segurança para andar de moto em Brasília e sentir o vento no rosto? E quem segura as risadas ao ver o vídeo da presidenta passando as tropas em revista, no 7 de setembro, ao som do funk “Show das Poderosas”? Como não se divertir com os diálogos imaginários em que Dilma, também via redes sociais, coloca o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no seu devido lugar e atribui o escândalo da espionagem a uma paixão mal resolvida do homem mais poderoso do mundo por ela? Ou naqueles em que ela rivaliza com Marina Silva? Só na última postagem, que idealiza uma enquadrada de Dilma em Eike Batista, foram mais de 8,4 mil curtidas. Já a Aécio Boladasso carece profundamente de carisma. Ao invés das piadas que enaltecem e popularizam a personalidade forte e real da presidenta, tenta dar ao pré-candidato uma postura tiozão que não combina com o eterno playboy. “Olá jovens! Tio Boladasso tá carente e quer conversar no twitter. Vem conversar comigo”, diz um post que arrebatou míseras 69 curtidas. “A própria personagem da oposição afirma que a internet é um espaço democrático. Qual o problema de vocês em me acusar de cópia?”, questiona outro, que alcançou 79 curtidas. Se é fato que as próximas eleições serão definidas na internet, como alvoram muitos analistas políticos e comunicadores, o principal candidato de oposição ao governo começou com o pé esquerdo. Em tempos de redes sociais, dinheiro para investir em comunicação de campanha continua imprescindível. Mas tem coisas que só uma boa militância espontânea consegue fazer.