Após atrasos, Ministério da Saúde adianta dados e fala em 679 mortes por covid-19 nas últimas 24h

País tem mais de 707 mil casos confirmados de coronavírus

Foto: Marcos Corrêa/PR
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O Brasil registrou 679 novas mortes e 15.654 casos nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Somados com dados anteriores, o país atinge um total de 37.134 mortes e 707.412 casos desde o começo da pandemia. A pasta do governo Jair Bolsonaro parou de disponibilizar o total acumulado de vítimas e infectados.

O ministério também anunciou nesta terça que vai divulgar os óbitos com base na data da ocorrência da morte e não pela data de notificação, como vinha acontecendo desde o início da pandemia e a forma adotada na maioria dos países.

A estratégia visa reduzir os números diários. Isso porque o compilado dos óbitos pela data da notificação considerava não apenas os casos das últimas 24 horas mas também mortes anteriores, que ainda aguardavam a confirmação da infecção pelo novo coronavírus.

Desta forma, a pasta pode deixar de fora pessoas que tiveram a morte por covid-19 confirmada fora do período contabilizado. Por exemplo, uma pessoa que morreu na segunda, mas só teve a comprovação de que a causa foi o coronavírus um dia depois, não apareceria no boletim de terça nem em qualquer outro, uma vez que o governo não divulga mais o histórico.

Antes da hora

Nesta segunda, a divulgação também foi antecipada e ocorreu à tarde, durante a apresentação do secretário-executivo substituto Élcio Franco sobre a nova versão do boletim epidemiológico. Na semana passada, o governo atrasou a divulgação de 19h para 22h.

De acordo com Franco, o governo agora terá como meta apresentar os dados às 18h e novamente voltou a culpar “problemas técnicos”.

Depois das mudanças de horário, o ministério omitiu os totais. Na noite do último domingo, a pasta ainda apresentou números divergentes de óbitos: um boletim às 20h30, com 1.382 mortes, e outro, um hora e meia depois, com 525. Apenas na tarde desta segunda, o ministério confirmou que o de 525 é o correto.

O governo foi muito criticado por autoridades de saúde, lideranças políticas e judiciário pela omissão e confusão de dados. A OMS pediu transparência na divulgação dos dados e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal.