Após Bolsonaro mudar dados de coronavírus, Estadão lembra que ditadura censurou notícias da epidemia de meningite

Jornal disponibilizou reportagens que foram proibidas pelo regime militar em 1974

Jair Bolsonaro (Foto: Carolina Antunes/PR)
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Após o Ministério da Saúde do governa Jair Bolsonaro ocultar dados e modificar o sistema de divulgação dos casos e óbitos da pandemia de coronavírus, o jornal O Estado de S. Paulo relembrou nesta segunda-feira (8) que a ditadura militar censurava notícias sobre a epidemia de minigite que atingiu o Brasil nos anos 70.

"Ocultar, dificultar e proibir a divulgação de informações sobre a epidemia de uma doença que se alastra pelo País já foi uma prática do governo brasileiro durante a ditadura militar nos anos 70. Sob a alegação de risco à segurança nacional, a censura que já riscava forte nas páginas do noticiário político passou também a aplicar a caneta com mais rigor nas notícias sobre um surto de meningite no Brasil em 1974", destacou uma publicação do Acervo Estadão.

O jornal disponibilizou em seu site reportagens e páginas que foram censuradas pela ditadura. O Estadão lembrou ainda que, desde 1972, os censores iam diariamente à sede do jornal verificar com antecedência as provas das páginas do dia seguinte. As notícias censuradas passaram a ser substituídas por poemas de Camões ou calhaus, como eram chamados os anúncios publicitários do próprio jornal.

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