Após ter página derrubada, Renato Janine volta ao Facebook

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Filósofo e ex-ministro da Educação foi bloqueado na rede social após uma série de denúncias articuladas afirmando que ele não era o real dono de sua própria página. "É esse tipo de ódio, de que fui alvo anteontem e ontem, que faz um país perder sua alma. Para isso, é difícil haver cura", escreveu Por Redação O filósofo e ex-ministro da Educação do governo Dilma Renato Janine Ribeiro teve sua página pessoal no Facebook restabelecida após ter seu acesso bloqueado à rede social. O espaço ficou fora do ar por conta de uma série de denúncias articuladas denunciando que ele não seria o verdadeiro dono da própria página. "O que pensar disso? Que, possivelmente, num momento de conturbação como o que vivemos, há extremistas interessados em calar vozes que tomam posição política, sim (sou a favor da esquerda), mas de maneira moderada e mantendo o diálogo", escreveu, em postagem publicada na manhã de hoje. "Minha crença, e receio, é que seja mais um sinal de que há gente querendo impedir qualquer diálogo." A página do filósofo saiu do ar após Janine publicar o texto "Acham que pegaram Lula e Dilma. Na verdade, pegaram você", reproduzido abaixo. Em sua postagem de retorno ao Facebook, Janine deixa um alerta. "É esse tipo de ódio, de que fui alvo anteontem e ontem, que faz um país perder sua alma. Para isso, é difícil haver cura. Um ou dois anos de medidas econômicas duras fazem superar uma crise (tomara). Assassinar o tecido social é muito mais grave, dura muito tempo, e às vezes nem tem remédio." Acham que pegaram Lula e Dilma. Na verdade, pegaram você Esqueçam por um momento que foram Dilma e Lula os grampeados ilegalmente ontem à tarde. Pensem que, agora, não há mais limite algum ao grampo ilegal e a seu uso igualmente ilegal. A qualquer momento, um policial e um juiz podem mandar gravar você. Você, empresário, psicólogo, o que seja. Conheço psicólogos que atendem pelo telefone. Podem ser grampeados – e com boas razões, porque, afinal, há clientes que superfaturam ou corrompem, e que contam isso ao terapeuta. Há sacerdotes que ouvem confissões. Confissão é de coisa errada, não é? Ótima razão para gravar e apurar. Empresários podem sonegar, ótima justificativa para grampeá-los, todos, não é? Mesmo que não soneguem. Isso já começou, quando o sigilo acusado-advogado foi rompido. Claro, o acusado é bandido, não é? E nestas gravações, caro amigo, cara amiga, podem descobrir coisas que nem desonestas são, mas que vão te causar um mal danado. Podem descobrir, empresário, que você pretende lançar um novo produto na praça. E podem divulgar este segredo para seu concorrente. Podem descobrir que o analisando teve um filho antes de casar, que pretende reconhecê-lo, mas que está difícil fazer isso porque vai dar problemas com o cônjuge. Todo mundo tem uma vida íntima. Esta vida íntima pode ser gravada. Pode ser divulgada pela Internet ou vendida a uma pessoa que não gosta de você.  É por isso que as liberdades burguesas – faço questão de usar o nome meio pejorativo que a esquerda lhes deu, mas que tem uma certa razão, porque são liberdades do indivíduo contra a interferência do Estado – são tão importantes. Hoje muitos estão felizes porque acham que pegaram Lula e Dilma. Na verdade, pegaram você. Você não tem mais proteção contra os agentes da lei. Eles farão com você o que quiserem. Poderão chantagear você.  E não venha com o quem não deve não teme. A vida íntima não é feita de ilegalidades. Ela é feita de segredos, sim, que ninguém tem o direito de invadir. Ninguém tem o direito de saber uma multidão de coisas que são suas. OK, Mark Zuckerberg sabe. Mas ele está interessado em big data e não em você especificamente. Então fique contente, e quando sua vida pessoal for exposta, lembre que você apoiou isso. (Reflexão depois de ouvir a gravação Lula-Eduardo Paes. Nada de relevante para a sociedade saber, Nada mesmo. Puro exercício de prepotência: vejam quem manda. E mesmo isso – a brincadeira de Paes que Lula, você tem alma de pobre – está vindo à tona. Quando pegarem sua vida íntima, debocharem de seus gostos, venderem sua intimidade, aproveite sua descida aos infernos para fazer contrição, confissão, talvez comunhão)