Após usar lema de grupo nazista, assessor de Bolsonaro diz que frase é "máxima latina clássica"

Fundado na década de 1990, grupo está envolvido na morte de diversos imigrantes e foi banido na Alemanha. Filipe Martins ameaçou processar jornalista por comparação

Filipe Martins e Steve Bannon (Reprodução)
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Olavista e assessor de relações internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Garcia Martins foi às redes sociais neste sábado (22) para se defender de insinuações do jornalista Guga Chacra de que estaria defendendo o nazismo em mensagem publicada em latim.

Para se justificar, o olavista afirmou que a frase é uma "máxima latina clássica" e que não tem ligação com o nazismo. Em seguida, ele ameaçou processar o jornalista pelo comentário.

"Guga Chacra maliciosamente e sem qualquer motivo razoável tenta associar uma máxima latina clássica, escrita por Lúcio Ácio e consagrada por Cícero, que tuitei recentemente ao lema de uma organização neo-nazista obscura de que nunca ouvi falar e, claro, será processado por isso", escreveu.

Na sexta-feira (21), o olavista escreveu no Twitter "oderint dum metuant”, que significa “que odeiem, desde que temam”. A frase é utilizada pelo grupo neonazista Combat 18, fundado na década de 1990 no Reino Unido.

A ligação do lema com o grupo neonazista foi evidenciada por Guga Chacra, no Twitter. "Vejam qual é o lema da organização neonazista Combat 18, responsável pela morte de imigrantes nos EUA e Europa. Depois, vejam quem a usa no Brasil", escreveu, sem citar o nome do assessor de Bolsonaro.

Membros do Combat 18 estão envolvidos na morte de vários imigrantes na Europa e Estados Unidos. O grupo foi banido da Alemanha após o assassinato em junho de 2019 do político pró-imigração alemão Walter Lübcke.

https://twitter.com/filgmartin/status/1297173746243915776