Após votação apertada, comissão do Senado aprova projeto de Reforma Trabalhista

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"Em toda minha vida parlamentar nunca votei um projeto tão trágico para os trabalhadores e para os brasileiros como esse", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) durante a sessão que aprovou o relatório do Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/2017) que altera as leis trabalhistas. Texto deve tramitar ainda em outras comissões antes do Plenário  Por Redação  Senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovaram, no início da noite desta terça-feira (6), o relatório do Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/2017) – que altera a legislação trabalhista no país. Foram 14 votos favoráveis e 11 contrários. O relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), não alterou nenhum ponto do texto e o manteve do jeito que foi aprovado na Câmara dos Deputados. Ele fez, no entanto, recomendações de trechos a serem vetados ao Executivo. Nenhum senador governista, que votou favoravelmente ao projeto, fez uma defesa contundente do texto, o que chamou a atenção do senador Paulo Paim (PT-RJ). “Estamos aqui desde as dez e meia e não vi nenhum senador defender essa proposta. Mesmo nas audiências públicas, não vi nenhum. O próprio relator é contra a reforma. Em sã consciência ninguém pode defender isso. Não sei o que tem por detrás. Se todo mundo é contra, como podemos aprovar? Quero entender”, criticou o senador Paulo Paim (PT-RS), autor de voto em separado que solicitava a rejeição do projeto na íntegra. De acordo com especialistas, o projeto da reforma trabalhista representa praticamente um "desmonte" da CLT e dos direitos trabalhistas conquistados. "Em toda minha vida parlamentar nunca votei um projeto tão trágico para os trabalhadores e para os brasileiros como esse. Está caindo a máscara do Parlamento. Não é o interesse público que prevalece. É o interesse empresarial esmagando os trabalhadores", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) informou que o texto, antes de seguir para votação no Plenário, tramitará ainda nas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e Constituição e Justiça (CCJ). Foto: Alessandro Dantas