Aposentada é presa em Brasília após cuspir em produtora e delegada negras

Acusada de ofender e cuspir em uma mulher negra em um supermercado, Terezinha de Oliveira Silva, de 77 anos, repetiu o gesto com a delegada que registrou a ocorrência. Idosa passou a noite presa e responderá por racismo, que prevê pena de 1 a 3 anos de detenção. Assista ao vídeo.

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Acusada de ofender e cuspir em uma mulher negra em um supermercado, Terezinha de Oliveira Silva, de 77 anos, repetiu o gesto com a delegada que registrou a ocorrência. Idosa passou a noite presa e responderá por racismo, que prevê pena de 1 a 3 anos de detenção. Assista ao vídeo Por Redação Terezinha de Oliveira Silva, de 77 anos, passou a noite de ontem (28) na cadeia, acusada dos crimes de injúria racial e racismo. A servidora pública aposentada foi denunciada por Elizabete Braga, uma produtora audiovisual que afirmou ter sido atacada pela idosa em um supermercado de Brasília (DF). Segundo a Polícia Civil, a confusão começou quando Terezinha fez comentários sobre o cabelo da produtora, perguntando se era peruca. Ao pedir para que não tocasse em seu cabelo, Elizabete passou a ser ofendida com expressões como “preta safada” e “preta sem educação”. A agressora ainda teria cuspido nos pés da outra mulher e afirmado não gostar de pessoas negras. Em seu perfil no Facebook, Elizabete desabafou sobre o episódio. “Depois disso, resolvi chamar a polícia. A senhora ainda tentou me agredir fisicamente dizendo que era faixa preta de caratê e me chamou para briga. Logicamente, até por respeito à idade dela, me contive”, contou. Foi então que policiais da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) buscaram a aposentada em casa para levá-la até o Departamento de Polícia Especializada (DPE). No entanto, Terezinha passou a ofender a delegada-adjunta que fazia a ocorrência, Maria do Carmo Correa, que é negra. "Não gosto de negros”, teria dito a aposentada, que cuspiu no chão em direção à policial. Autuada duas vezes pelo mesmo crime, ela responderá por racismo, que prevê pena de 1 a 3 anos de prisão. Leia abaixo o relato de Elizabete sobre o caso. Hoje, 28/6/16, mais um caso de racismo contra mim. Eu estava no caixa do atacadista Super Adega, quando uma senhora, ao perguntar se meu cabelo era uma peruca ou de verdade, tocou meu cabelo. Gentilmente pedi para que não tocasse em meu cabelo. A resposta dela? "PRETA SAFADA! PRETA MAL EDUCADA! ISSO É FORMA DE ME RESPONDER?" Na continuação das ofensas, disse que minha mãe não havia dado educação à uma preta tão sem educação, que ela até poderia ter gente da África na família dela, mas que ela não gosta de gente preta - tudo sem educação. Disse, ainda, que a garota do caixa é uma negrinha bonitinha, mas que eu sou uma negrinha feia (e está longe de ser essa a questão aqui). Disse que pelas minhas ações - de não deixar ela ir embora antes que a polícia chegasse - mostrava que eu sou uma puta, "você só pode ser uma puta, isso mesmo, uma puta, com esse comportamento" (se ser puta também significa reivindicar direitos, sim, sou puta, fico puta de raiva e corro atrás). Chamou-me de gentalha e perguntou ao segurança como deixavam mulheres como eu entrar no supermercado. Ah! Ainda cuspiu duas vezes em minha direção. Daquelas cusparadas que se dá quando se quer mostrar desprezo por alguém. Ainda ostentou uma carteira de identificação dela (a famosa carteirada) do Ministério das Relações Exteriores, se dizendo DIPLOMATA e disse: "com quem você pensa que está falando? Ligar para a polícia não vai dar em nada!". Consegui a identificação dela e testemunhas. Fui à Delegacia de Repressão aos Crimes de Discriminação Racial etc, na DPE, e registrei ocorrência. A mulher foi chamada, as testemunhas consultadas e pimba! Prisão em FLAGRANTE POR RACISMO! Não satisfeita, a mulher ofendeu racialmente e, também, cuspiu na delegada - SIM, BAFÃO! C-U-S-P-I-U na delegada. Não creio que fique muito tempo presa. Talvez só esta noite. Mas que sirva de alerta para os RACISTAS de plantão: RACISTAS NÃO PASSARÃO!