Assassino do índio Galdino foi promovido por Moro e Bolsonaro

Em 11 meses que ficou no cargo, Gutemberg Nader, um dos condenados por atear fogo no índio Pataxó recebeu extra de R$ 2 mil ao salário de mais de R$ 9 mil.

Gutemberg Nader e a notícia sobre o assassinato do índio Galdino (Reprodução)
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Reportagem de Paulo Motoryn, no Brasil de Fato, revela que o policial rodoviário federal Gutemberg Nader de Almeida Júnior foi promovido por Jair Bolsonaro (Sem partido) e seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, em posto de comando da PRF entre janeiro e dezembro de 2020.

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O policial é um dos cinco condenados - todos de classe média alta - por matar o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, em Brasília, em 1997. À época, ele tinha 17 anos, sendo o único menor do grupo que ateou fogo no indígena que dormia em um ponto de ônibus.

Gutenberg passou no concurso da Polícia em 2014 e chegou a ser eliminado com base em sindicância de vida pregressa. No entanto, ele recorreu e conseguiu ingressar na corporação em 2016.

Segundo o Brasil de Fato, nos 11 meses em que esteve no cargo de substituto do chefe da Divisão de Testes, Qualidade e Implantação, ele recebeu gratificações mensais de aproximadamente R$ 2 mil (o comissionamento é identificado pelo governo federal pelo código FCPE 101.2). Os ganhos foram acrescidos ao seu salário bruto, de mais de R$ 9 mil.

A nomeação do policial foi assinada por André Luiz Marçal da Silva, coordenador de Recursos Humanos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que à época era comandado por Moro.