“Assunto superado” para Bolsonaro, Covid-19 alcança 134 mil mortes no Brasil

Antes da divulgação de novos dados que mostram avanço da doença, presidente havia feito declarações exaltando sua postura diante da pandemia; casos confirmados superam 4,4 milhões

Exame de coronavírus (foto: reprodução)
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Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter tratado a pandemia do novo coronavírus como assunto superado no Brasil nesta quarta-feira (16), os números de mortes pela doença não param de subir.

O último boletim do Ministério da Saúde, divulgado horas depois das palavras do militar reformado, mostrou que o país já perdeu 134.106 vidas para a Covid-19. Foram 987 óbitos nas últimas 24 horas.

O documento informa ainda que o país totaliza 4.419.083 casos da doença desde o início da pandemia, com 36.820 novos registros.

Antes da divulgação do boletim, Bolsonaro esteve na cerimônia de posse do até então ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. Na cerimônia, exaltou sua postura diante da pandemia, de atacar a quarentena decretada por governadores para diminuir a transmissão do Sars-Cov-2. Também quis passar a imagem de que esteve certo desde o início da pandemia quanto às medidas de enfrentamento que deveriam ter sido adotadas.

Ele ocultou em seu discurso, como sempre faz, que o Brasil é o segundo do mundo com mais mortes totais de Covid-19. E é um dos dez países com mais mortes por 100 mil habitantes. Deixou os resultados de vidas perdidas para a pandemia fora da fala de autoelogio.

Mas fez questão de criticar governadores e a imprensa por defenderem o isolamento social – medida recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Entendo que alguns governadores foram movidos pelo pânico proporcionado por essa mídia catastrófica que nós temos no Brasil. Não é uma crítica à imprensa. É uma constatação”, disse, sob aplausos.