Ataque contra forças pró-Rússia quebra com acordo de Páscoa e deixa pelo menos 5 mortos

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Governo russo acusa forças ultranacionalistas de serem responsáveis pelo ataque e acusa Ucrânia de romper trégua de Páscoa Do Opera Mundi Pelo menos cinco pessoas morreram na madrugada do último domingo (20/04) em um tiroteio contra um posto de controle pró-russo, próximo à cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia. Em comunicado, o Ministério do Interior ucraniano disse que o tiroteio ocorreu próximo a um obstáculo criado por um grupo pró-russo denominado República Popular de Donetsk. De acordo com o comunicado, às “02:20 (horário local) homens desconhecidos chegaram em quatro carros ao bloqueio e abriram fogo contra as pessoas que estavam paradas. Houve tiros em resposta”. Alguns agressores morreram durante o ataque. Para os integrantes da resistência pró-Rússia, o ocorrido significa uma ruptura do acordo de paz para a Páscoa, que assegurava uma trégua entre os rebeldes e as forças de segurança. O grupo que iniciou o tiroteio, cerca de 12 homens em dois carros, saiu levando dois mortos e alguns feridos com eles. O confronto armado é o primeiro desde a trégua acordada durante uma reunião em Genebra para diminuir as tensões no leste da Ucrânia. As forças que tomavam conta do local conseguiram se apoderar de dois dos carros. Dentro dos veículos, símbolos do grupo ultranacionalista Setor de Direitas foram encontrados. O grupo é responsável pela principal força durante os distúrbios ocorridos em Kiev, que depuseram o ex-primeiro-ministro Victor Yanukovich, em fevereiro do ano passado. Entretanto o setor de direita negou qualquer influência no ocorrido, dizendo que as forças especiais russas estavam por trás do ataque. Na manhã de ontem, o governo russo expressou indignação pelo tiroteio. Em comunicado, o Ministro das Relações Exteriores disse que “a trégua de Páscoa foi violada”, e afirmou que “a provocação testemunha a falta de vontade por parte das autoridades de Kiev, para controlar e desarmar os nacionalistas extremistas”. Em nota oficial, o governo russo afirmou que durante o ataque “morreram cidadãos que não eram culpados de nada”. A Rússia “insiste que a parte ucraniana cumpra estritamente as obrigações que assumiu (durante o acordo em Genebra) para impedir uma escalada da situação no sudeste da Ucrânia”. Na quinta-feira (17/04), em Genebra, Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia chegaram a um acordo que determinava o desarmamento das milícias irregulares pró-Rússia, além do desalojamento dos prédios públicos ocupados. Entretanto as milícias afirmaram que os grupos ultranacionalistas do oeste do país, entre eles o Setor de Direitas e o Maidan, devem ser desmantelados. O autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, pediu neste domingo (20/04) que a Rússia envie forças de pacificação para a região. “Estão matando nossos irmãos. Não falam conosco, só nos matam. A cidade está em estado de sítio por parte do Setor de Direitas”, afirmou. Em uma entrevista para a NBC, o primeiro-ministro do interino Arseny Yatsenyuk acusou o presidente russo Vladimir Putin de tentar “restaurar a União Soviética”. E afirmou que a “Rússia é a ameaça para o mundo, e ameaça à União Europeia, e uma verdadeira ameaça para a Ucrânia”. Foto de Capa: Reprodução/RT