Ataques de Bolsonaro a presidente da Petrobras gera mal-estar nos bastidores: "chegou no limite da crueldade"

Reunião do Conselho administrativo da estatal, que deve definir se acata ou não a mudança da presidência da Petrobras, acontece hoje

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilCréditos: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Os ataques do presidente Bolsonaro contra a pessoa de Roberto Castello Branco, que foi “demitido” da presidência da Petrobras, geraram mal-estar entre os aliados de Castello Branco que classificaram a atitude de Bolsonaro como o "limite da crueldade".

De acordo com informações da coluna Direto da Fonte, do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Bolsonaro tem conhecimento dos motivos que levaram Castello Branco, nos últimos 11 meses, a trabalhar de casa.

Mesmo sob pressão, Castello Branco se recusou a pedir demissão a pedido de Paulo Guedes, o ministro da Economia.

O Conselho de Administração da Petrobras, que é quem decide se aceita ou não a demissão de Castello Branco e o nome indicado por Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras, acontece hoje.

Ao Estadão, Leonardo Antonelli, conselheiro independente da Petrobras, afirmou que espera uma união no conselho e que este seja firme para preservar "o melhor interesse da estatal e restabelecer com urgência a confiança".

O presidente Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna para assumir a presidência da Petrobras, o que causou mal estar no mercado financeiro e desvalorização dos papeis da estatal, que teve um prejuízo de R$ 74,2 bi

Após intervenção de Bolsonaro, Petrobras tem 2ª maior perda de valor de mercado em um dia

Maior companhia do Brasil, a Petrobras sofreu nesta segunda-feira (22) a segunda maior perda de valor de mercado em um único dia nas negociações da Bolsa desde o Plano Real. A queda foi de R$ 74,2 bilhões. E acontece depois da intervenção de Jair Bolsonaro (sem partido) na empresa. Na última sexta-feira (19), ele anunciou que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, seria substituído pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, que era diretor-geral da Itaipu.

As ações preferenciais da companhia, que são as mais negociadas, desabaram 21,51%. As ordinárias, com direito a voto, caíram 19,96%.