Atingidos por barragens fazem dia internacional de luta

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O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Brasil promove, neste sábado, 14, mobilizações para o Dia Internacional de Lutas Contra as Barragens. A data foi estabelecida primeiramente no país, e estendida a uma data global desde 1998. O principal alvo dos protestos é o modelo energético e suas consequências sociais, econômicas e ambientais.

O número de pessoas atigidas direta ou indiretamente por usinas hidrelétricas foi estimado em 80 milhões em 2000, ano da publicação de relatório da Comissão Mundial de Barragens (World Commision on Dams). Estabelecida em 1998 com mandato de dois anos, a Comissão foi formada pelo Banco Mundial com a rede ambientalista União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) Depois da publicação do levantamento, as atividades foram encerradas.

No Brasil, segundo o MAB, 1 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas em 34 mil Km² de terras encobertos por reservatórios. "Denunciamos estes projetos que beneficiam prioritariamente as empresas transnacionais, as quais se apropriam da natureza e destroem a vida em nome do ?desenvolvimento? e do lucro", sustenta a convocatória do movimento. Eles criticam ainda governos e a Justiça que "são extremamente rápidos em liberar licenças ambientais e realizar desapropriações com o objetivo de construir barragens".

Diante da crise econômica global, o MAB defende ainda que o modelo de desenvolvimento mostrou ser inviável e insustentável. E a redução do consumo de energia com uma eventual recessão internacional abriria espaço para uma reestruturação profunda do modelo, para garantir "princípios da soberania energética a partir de um projeto popular".

Leia a convocação