Ativistas fazem campanha contra Eduardo Cunha na presidência da Câmara

No histórico de processos levantados contra o deputado, há denúncias de falsificação de documentos, sonegação fiscal, improbidade administrativa e abuso de poder econômico.

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No histórico de processos levantados contra o deputado, há denúncias de falsificação de documentos, sonegação fiscal, improbidade administrativa e abuso de poder econômico Por Maíra Streit O período que antecede o dia 1º de fevereiro tem sido tenso para quem acompanha a rotina do Congresso Nacional. Isso porque a data marcará a eleição do novo presidente da Câmara. Entre os quatro candidatos, desponta um velho conhecido no meio político: o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em alerta com a possibilidade de ter o peemedebista no comando da Casa, um grupo de ativistas lançou uma campanha com a intenção de traçar o histórico de polêmicas envolvendo o parlamentar e, assim, conscientizar a população sobre os riscos de tê-lo como vencedor no pleito do próximo domingo. “Como podem ver, o deputado Eduardo Cunha é dono de uma trajetória repleta de alianças escusas, pular de partido em partido, doações milionárias em campanhas eleitorais, proximidade com suspeitos de milícia, processos no Supremo Tribunal Federal, Tribunal Regional Federal e Ministério Público”, afirma o texto que anuncia a campanha nas redes sociais. “Sua eleição para a presidência da Câmara dos Deputados seria uma verdadeira tragédia para o parlamento e para o cidadão brasileiro, que estaria diante de uma leva enorme de retrocessos e supressão de direitos”. A publicação lembra ainda as alianças de Eduardo Cunha com o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL) e o também deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), além de ter se tornado uma referência para a bancada evangélica e a bancada ruralista no Congresso Nacional. São citados também os processos que têm o parlamentar como réu, com acusações de falsificação de documentos, sonegação fiscal, improbidade administrativa, captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico, entre outras. Os projetos apresentados por Cunha na Câmara costumam ter um viés ultraconservador, como o que prevê a criação do Dia do Orgulho Heterossexual e a previsão de pena de 6 a 10 anos de prisão para médicos que realizarem um procedimento de aborto. Em algumas de suas declarações recentes, o deputado do PMDB afirmou ser contra a regulação econômica dos meios de comunicação, com a clássica frase: “Regulamentação de mídia jamais. Eu colocaria na gaveta”. Por outro lado, o financiamento privado de campanhas é defendido com mais entusiasmo. Não à toa, o parlamentar é apontado como autor de uma das campanhas mais caras das últimas eleições, com a quantia declarada de R$ 6,8 milhões – embora rumores afirmem que o valor possa chegar a R$ 9 milhões. Algumas das maiores empresas do país foram responsáveis pelo apoio dado a Cunha, tais como Vale, AmBev, Bradesco, Santander, Safra e Shopping Iguatemi. No início do mês, mais uma polêmica trouxe aos holofotes a figura do deputado, quando seu nome foi citado em depoimento dado pelo policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef. Durante as investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras, Careca afirmou que Cunha seria um dos políticos que receberam dinheiro proveniente de desvio de recursos da estatal. O parlamentar negou as acusações. Foto: Wikipedia / Divulgação