Ruralistas protestam contra demarcações de terras indígenas

Senadora Kátia Abreu pede "ordem no Brasil" e compara ação de índios no Mato Grosso do Sul com "vândalos" em São Paulo

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Senadora Kátia Abreu pede "ordem no Brasil"  e compara ação de índios no Mato Grosso do Sul com "vândalos" em São Paulo Por Igor Carvalho, de Nova Alvorada Nesta sexta-feira (14), um grande evento mobilizou a pequena Nova Alvorada do Sul, no Mato Grosso do Sul. No entroncamento entre as BRs 163 e 267, aproximadamente 4 mil pessoas, segundo a organização, se reuniram para protestar contra as demarcações de terra indígenas no Brasil. O evento foi idealizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Comitivas de produtores rurais do Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo espalharam suas faixas pelo espaço do evento, com dizeres como: “Terra para quem trabalha e produz, deixe-nos alimentar o Brasil” e “Chega de invasão.” [caption id="attachment_25347" align="alignright" width="420"] Para senadora Kátia Abreu, responsabilidade dos conflitos no campo são do CIMI e da Funai (Foto Mídia Ninja)[/caption] Muitos parlamentares ligados à bancada ruralista e ao agronegócio estiveram no ato. A principal estrela do evento foi a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que foi muito aplaudida após seu discurso, quando lamentou as “invasões” de terras no estado e afirmou que não considera a possibilidade de negociação com a comunidade indígena. “Não podemos admitir diálogo com invasores de terra. Isso não dá, é um péssimo exemplo aos nossos jovens.” Kátia Abreu afirmou que a responsabilidade dos conflitos no campo são do CIMI e da Funai, "que estimulam as invasões e o ódio." A parlamentar comparou o comportamento de manifestantes que protestam contra o aumento da passagem em São Paulo com os índios, no Mato Grosso do Sul. "Olha o que estamos vendo na capital de São Paulo, vandalismo e baderna. É esse o Brasil que queremos? Não. Temos que respeitar as leis. Queremos ordem no Brasil" O deputado estadual Marcio Monteiro (PSDB-MS), que é coordenador da Frente Parlamentar do Agronegócio no Mato Grosso do Sul, afirmou que a causa indígena é “urgente”, mas “não é terra que vai resolver.” Para o parlamentar tucano, é preciso “uma política indigenista”. Na fazenda Buriti, dia 30 de maio, Oziel Gabriel, índio Terena, foi morto por um policial federal, em uma ação de reintegração de posse. O dono da propriedade é Ricardo Bacha, ex-deputado no Mato Grosso do Sul. O fazendeiro negou a violência na ação policial. “Pelo que vi, pela imprensa e pela informação que tivemos, é que houve resistência e tiros.” A liderença Terena, Jabez Gabriel, irmão de Oziel, afirmou, em entrevista a Fórum, que houve excesso. “Parecia uma guerra, era tiro e bomba para todo lado.” O indígena afirmou que  os Terenas não possuíam armas e que o irmão morreu “porque foi pegar uma câmera para tirar uma foto dos policiais.” A Famasul informou que o ato acontece simultaneamente em outros seis estados, mas não especificou, até o fechamento da matéria, quais são. O evento se estenderá até 15h. A cobertura, no Mato Grosso do Sul, dos conflitos por terra entre indígenas e fazendeiros é uma parceria entre a revista Fórum e a Mídia Ninja. Acompanhe em tempo real: www.fb.com/midianinja