O movimento de educação popular Rede Emancipa convocou um ato nesta quarta-feira (22), às 15h, em frente à Escola Estadual Amaral Wagner, em Santo André (SP), onde foi gravado um vídeo que aparece um professor andando pela instituição com roupas que remetem à Ku Klux Klan.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) informou que, "assim que soube do caso, afastou o professor imediatamente" e que a Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão interracial para averiguar os fatos.
A vereadora Luana Alves (PSOL) afirmou à Fórum que, junto da codeputada estadual Mônica Seixas, oficiou a secretaria. "É uma pessoa adulta, a escola deveria intervir, e pelo que eu entendi, isso não foi feito. É um tipo de manifestação assustadora, porque a gente sabe que o racismo é estrutural, mas você se fantasiar homenageando um grupo assassino de pessoas negras, significa que você naturaliza esses grupos", disse Luana.
"O ato é importante para não deixar passar batido, para dizer que tem resistência, que não é algo que dá para relevar. Naturalizar isso em um ambiente público é muito cruel", continuou a parlamentar.
Posteriormente, em nota à imprensa, Luiz Antônio Bortollo se desculpou e disse que ficou apenas poucos minutos com o traje para divulgar uma peça teatral de denúncia do racismo, no mês da Consciência Negra, em que existem personagens vestidos de Klan. Segundo ele, tudo não passou de um “mal entendido criado a partir de uma filmagem feita em festa de final de ano na escola, postada nas redes sociais”.
A Ku Klux Klan foi um movimento racista, antissemita e anticomunista que unia grupos reacionários sob a bandeira da “supremacia branca“, fundado no século 19 no Sul dos Estados Unidos.
Assista ao vídeo:
Posicionamento da Seduc
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informa que, assim que soube do caso, abriu apuração preliminar e afastou imediatamente o professor envolvido, que é efetivo, até o término da apuração. A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão interracial para averiguar os fatos.
A Pasta não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial. Com o compromisso de combater casos de racismo, a Seduc-SP trabalha veemente na formação de toda a rede com a Trilha Antirracista, bem como atua na promoção de um ambiente solidário, colaborativo, acolhedor e seguro nas escolas.
A gestão da unidade e a Diretoria de Ensino de Santo André estão à disposição de pais e/ou responsáveis para esclarecimentos.