Auditor da Lava Jato preso por extorsão tinha R$ 230 mil em dinheiro escondido

Dinheiro era guardado em embalagens escondidas atrás de livros na casa do tio do auditor, também preso

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O auditor fiscal Marco Aurélio da Silva Canal, ex-chefe da Lava Jato na Receita Federal, preso no dia 2 de outubro em uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, mantinha R$ 230 mil em espécie na casa de seu tio, João Batista da Silva, também preso. Informação é de Italo Nogueira, da Folha de S.Paulo. Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia da operação, João revelou que, dos R$ 865,9 mil encontrados em espécie em sua casa, R$ 230 mil pertenciam a Canal. O dinheiro era guardado em embalagens plásticas, escondidas atrás de livros. Ainda de acordo com o tio, os valores lhe foram entregues nos últimos seis meses para realizar pagamentos para o auditor e sua família. As remessas ocorriam duas vezes ao mês. O Ministério Público declarou que João funcionava como uma espécie de "banco" ao sobrinho, levando a crer que guardava cerca de R$ 38 mil por mês para Marco Aurélio Canal apenas para o pagamento de suas contas que seriam levadas pessoalmente por sua esposa para o escritório. Canal foi preso sob suspeita de integrar um grupo de servidores da Receita que extorquiam dinheiro de alvos da Lava Jato em troca do cancelamento de multas milionárias por sonegação fiscal. O auditor se tornou pivô da polêmica entre o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e a Lava Jato fluminense após ter o nome identificado como o responsável pela produção de dossiês sobre o ministro, seus familiares e outras 133 autoridades.