Autor de pedido de impeachment de Collor declara: “Pedalada fiscal é desculpa”

Marcello Lavenère, que foi presidente da OAB e assinou o pedido de impeachment de Fernando Collor em 1992, afirma que o procedimento está sendo utilizado hoje como disputa política e que não há qualquer justificativa convincente contra Dilma Rousseff, o que faz com que a oposição precise arranjar pretextos para tentar derrubá-la.

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Marcello Lavenère, que foi presidente da OAB e assinou o pedido de impeachment de Fernando Collor em 1992, afirma que o procedimento está sendo utilizado hoje como disputa política e que não há qualquer justificativa convincente contra Dilma Rousseff, o que faz com que a oposição precise arranjar pretextos para tentar derrubá-la Por Redação Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo do último domingo (6), Marcello Lavenère, que foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e assinou com Barbosa Lima Sobrinho o pedido de impeachment de Fernando Collor em 1992, falou sobre as diferenças entre aquela época e a situação atual envolvendo a presidenta Dilma Rousseff. Para ele, há uma posição contrária à petista antes mesmo de qualquer julgamento. “Em janeiro, quando ela tinha 15 dias de governo, o PSDB pediu um parecer ao jurista Ives Gandra Martins. Não era possível que com 15 dias de governo já houvesse a presidente da República cometido tamanhos desvarios que já justificassem o impedimento”, declarou. O advogado lembrou que o processo não pode ser banalizado ou utilizado como ferramenta de disputa política. “O que ela fez? Roubou? Recebeu propina? Recebeu vantagem ilícita? Perdeu o decoro do cargo? Cometeu algum dos ilícitos que estão contidos na Constituição e na Lei do Impeachment? Não. Vamos arrumar uma desculpa aqui: pedalada fiscal”, afirmou. Lavenère ressaltou que sua intenção não é defender Dilma, mas o respeito às instituição republicanas, à democracia e ao futuro do país. Segundo o advogado, mesmo se houvesse qualquer prática ilícita atribuída à presidenta em 2014, de acordo com as regras, o mandato atual não poderia ser afetado. Foto de capa: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados