Autoridades nacionais e alemãs se reúnem em São Paulo para discutir o futuro da internet e da TI

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Começa nesta terça-feira (29) o 4º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, evento que colocará em pauta questões norteadas pela agenda cibernética internacional - incluindo a cibersegurança e a privacidade na internet. O assunto, inclusive, é pauta de suma importância para os dois países desde que a presidenta Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel foram alvos da espionagem norte-americana Por Cilene Victor O embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann, e o professor Virgílio de Almeida, secretário nacional para Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil, estão entre as autoridades e especialistas que se encontram no 4º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação. O evento, que colocará em pauta questões norteadas pela agenda cibernética internacional – incluindo a cibersegurança e a privacidade na internet – é uma ação do Centro Alemão de Ciência e Inovação de São Paulo, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segurança digital, aliás, é assunto que vem sendo discutido por Brasil e Alemanha com mais ênfase desde que a presidenta Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel foram alvos da espionagem norte-americana, por meio da Agência de Segurança Nacional (NSA). Brengelmann, que esteve no comando das políticas cibernéticas estrangeiras do governo federal alemão nos anos de 2013 e 2014, trabalhou estreitamente com o Brasil e destaca a liderança mundial do país em matéria de internet. “Há boas condições para a evolução da TI e da economia do ciberespaço no Brasil. No entanto, a crescente importância da internet também significa que as ameaças estão aumentando”, adianta o embaixador, que defende o vínculo entre Brasil e Alemanha visando à estabilidade cibernética internacional. Do lado brasileiro, Virgílio de Almeida defende também a parceria entre os dois países: “Brasil e Alemanha têm muito a colaborar na construção desse ciberespaço global. Independentemente do momento, uma coisa é certa: o futuro vai ser em grande parte digital, e os dois países possuem interesses que são muitas vezes complementares. O Brasil pretende investir na digitalização das indústrias, enquanto a Alemanha tem um plano chamado Indústria 4.0 para ampliar a digitalização no setor, e esse é um viés em que as duas nações podem colaborar”, diz o secretário, que também exerce cargo de coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Em agosto passado, durante a visita da chanceler alemã ao Brasil, os dois países estabeleceram um mecanismo bilateral de consultas e cooperação sobre temas cibernéticos, considerando a exitosa cooperação que possuem sobre o direito à privacidade na era digital. Como membro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Almeida aponta a questão da segurança cibernética como prioridade para o Estado, demandando investimentos para pesquisas e busca por tecnologias para diversificar os caminhos de dados, atualmente transportados por cabos submarinos que passam pelos Estados Unidos. A intenção é dividir as rotas com o objetivo de prevenir a quebra de sigilo. “Estamos executando uma rota em que os cabos passem em Fortaleza e cheguem a Lisboa. Privacidade é uma questão-chave no mundo inteiro. Os conceitos de privacidade estão sendo revistos e, a cada vez que a internet se amplia para o ambiente físico, aumenta simultaneamente a capacidade de monitorar as pessoas. É uma questão que países tentam resolver e minimizar com legislação, e o Brasil não está parado. Isso é fundamental para o desenvolvimento digital de forma tranquila, e ainda assim é um aspecto não resolvido completamente”, o secretário. O Diálogo acontece nos dias 29 e 30 de setembro no auditório da FAPESP, e está aberto ao público Interessados devem efetuar a inscrição gratuita pelo site da instituição.