Bachelet diz que impeachment no Brasil foi mais fácil por Dilma ser mulher

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Bachelet se pronunciou sobre a destituição de Dilma na rodada de perguntas de uma conferência sobre a participação das mulheres na política. Tanto a líder chilena como Dilma foram as primeiras mulheres a serem presidentas em seus respectivos países Por Opera Mundi A presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou nesta quinta-feira que não gostou do impeachment de Dilma Rousseff e que o processo foi mais fácil de ser realizado porque se tratou de uma mulher, e não de um homem. "Eu sou muito amiga de Dilma. Gosto dela e ligo para ela. A Constituição do Brasil permite (o impeachment), portanto em termos de legalidade não posso dizer nada. Mas não gostei do que aconteceu, isso é tudo o que posso dizer", disse Bachelet em conferência no centro de estudos Wilson Center de Washington. "Acredito que é mais fácil quando é uma mulher do que quando é um homem", acrescentou, em meio a um forte aplauso em um auditório com aproximadamente 300 pessoas. Bachelet se pronunciou sobre a destituição de Rousseff na rodada de perguntas de sua conferência sobre a participação das mulheres na política. Tanto a líder chilena como Dilma foram as primeiras mulheres a serem presidentas em seus respectivos países. Outra das presentes a perguntou se, quando ela fez campanha, também "sofreu o sexismo agora enfrentado por Hillary Clinton", a candidata democrata à Casa Branca. "Claro, eu era a gorda. Sempre falam sobre quem me dá as ideias, e ainda hoje, como presidente, há muito muito sexismo, embora pensemos que a sociedade melhorou muito", respondeu Bachelet, eleita a primeira presidente do Chile em 2006. De acordo com Bachelet, "se você for mulher, te dizem que é fraca porque não grita ou fala palavrão, e algumas mulheres líderes se disfarçam de homens, mas é preciso respeitar a sua própria maneira de liderar". "Frequentemente me sinto afligida pelo modo como os veículos de imprensa tratam Hillary", acrescentou, sem se aprofundar mais no assunto. A presidente do Chile começa nesta quinta-feira, após participar da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, uma visita de dois dias a Washington para homenagear o 40º aniversário do assassinato do ex-chanceler chileno Orlando Letelier na capital americana por agentes da ditadura de Augusto Pinochet.