A Bancada do PSOL na Câmara entrou com uma representação contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) por suas ameaças contra manifestantes antifascistas. A ação protocolada na Procuradoria-Geral da República nesta terça (2) recebeu adesão de outros partidos de oposição e tem 80 assinaturas.
O parlamentar bolsonarista, que é policial militar, postou um video em suas redes sociais, no último domingo, gravado enquanto dirigia, em que ameaçava os manifestantes, entre insultos, palavrões e gestos obscenos.
“Vocês vão pegar um ‘polícia’ zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento”, disse Silveira. “Eu estou torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo”, completou.
Para os parlamentares autores da representação contra Silveira, além de ameaça e incitação e apologia ao crime, é clara também a sua participação na organização de atos antidemocráticos, com o uso da violência e de métodos paramilitares.
"Sem sombra de dúvidas, as ameaças do Representado não estão cobertas pela imunidade constitucional destinado ao exercício parlamentar. Pelo contrário, são ameaças graves que merecem censura por parte do Estado. A representação do ódio e da violência que caracteriza o extermínio do opositor, atributo típico do fascismo, não pode ser tolerado no Estado Democrático", diz o documento.
Para a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchionna (RS), a escalada autoritária sistemática por parte de apoiadores de Bolsonaro precisa ser urgentemente investigada. "Não tem imunidade parlamentar que proteja um deputado que fez uma ameaça claríssima de atirar contra defensores das liberdades democráticas".