Banco do EUA compara líder do Syriza a Lula para acalmar investidores

O Bank of America Merrill Lynch diz que a vitória de Tsipras pode ser boa pra acelerar reformas estruturais necessárias à Grécia

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O Bank of America Merrill Lynch diz que a vitória de Tsipras pode ser boa pra acelerar reformas estruturais necessárias à Grécia Por Redação Com a provável vitória do partido grego de esquerda Syriza nas eleições gerais que acontecem neste domingo (25) no país, o Bank of America Merrill Lynch soltou comunicado para acalmar os seus investidores. De acordo com o informe, o líder do partido grego se assemelha ao ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010) e, portanto, não devem temer a vitória do Syriza. "Vejamos o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, um ex-líder sindicalista de esquerda que demonstrou que o medo dos mercados (em relação a sua ascensão ao poder) era infundado, e agora lhe dão crédito pela impressionante trajetória econômica do Brasil. Embora o ambiente externo da Grécia seja mais complicado, o caso de Lula prova que Tsipras poderia surpreender positivamente de forma semelhante os mercados, acelerando reformas estruturantes", diz o comunicado do Merrill Lynch aos seus clientes. Mas o Merrill Lynch faz uma ressalva de que a vitória do Syriza pode gerar "volatilidade nos mercados" durante o primeiro semestre do ano, quando um eventual governo de esquerda na Grécia estiver negociando um novo acordo sobre o pagamento da dívida grega, que hoje equivale, segundo estimativas, a 177% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A reestruturação da dívida é uma das plataformas do programa de governo proposto pelo Syriza e o banco destaca em sua nota que os últimos relatórios do FMI "apontam a necessidade de com um corte de 35 bilhões de euros no cenário base e de 110 bilhões de euros no cenário pessimista". Os líderes do Syriza afirmam que a dívida pública da Grécia, cerca de 322 bilhões de euros, é "insustentável" e que as metas de pagamento aos credores, estabelecidas pela troika, grupo formado pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu, que detém cerca de 80% da dívida, são impraticáveis. Na última pesquisa divulgada pelo jornal I Kathimerini o Syriza aparece com 34,5% das intenções de voto ante 30,2% do governista Nova Democracia. Foto: Left Unity