Bancos do DF não liberam lista para vacinação de trabalhadores e sindicato ameaça greve

Entidade cobra de empresas o repasse imediato de dados que servem para criar a listagem prioritária para a vacinação de funcionários. Pelo acordo, que foi quebrado, material precisa ser enviado à Secretaria de Saúde

Foto: Fenae
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O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal realizará na quinta-feira (24) uma assembleia com os trabalhadores para votar uma possível greve na capital federal. A decisão foi tomada após os bancos quebrarem um acordo que estipulava que essas instituições emitiriam listas e dados dos funcionários para que a Secretaria de Saúde do DF incluísse a categoria na próxima fase do Plano Operacional de Vacinação.

A entidade sindical afirma que realiza desde 10 de junho uma forte mobilização para sensibilizar o governo de Ibaneis Rocha sobre a importância de priorizar o grupo, dentro dos esforços por imunização contra a Covid-19. As negociações aconteceram por meio de ofícios ao gabinete do governador, assim como em contatos feitos por intermédio de parlamentares e com membros do Ministério da Saúde. O que ficou combinado era que as listas com informações dos funcionários seriam entregues pelas empresas financeiras ao sindicato, para que fossem repassadas às autoridades de Saúde locais.

O não cumprimento da promessa teria ocorrido no último dia 18, quando os bancos, mesmo depois de terem acertado com a coordenação do comando nacional do Sindicato dos Bancários a entrega dessas listas e dados, resolveram voltar atrás. O gesto foi interpretado pelo órgão de classe como uma tentativa da Fenaban de tirar o sindicato do processo costurado junto à Secretaria de Saúde para priorizar a categoria.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários do DF, Kleytton Morais, a situação dos trabalhadores do setor é crítica e a vacinação deles precisa começar o quanto antes, já que os índices de contaminação na categoria são muito elevados.

“Os dados do Caged mostram que o nível de exposição ao vírus nos bancários nesta pandemia, entre o 1° trimestre de 2020 e 1° trimestre 2021, é alarmante, já que a evolução de óbitos teve um aumento de 176% entre esses funcionários. A situação é gravíssima e os números falam por si”, explicou.

Ainda segundo Morais, em momento algum, durante a pandemia, a categoria deixou de realizar seu trabalho essencial para a sociedade brasileira. O número de morte entre bancários é chocante, mesmo quando comparado a outras atividades também com altos níveis de contágio. “Essa é a exposição dos trabalhadores, que são uma categoria que está na linha de frente, desde o primeiro momento, fazendo o atendimento essencial à população. Mesmo se comparado a outros grupos também muito expostos, que tiveram aumento de óbitos, por exemplo, de 70%, nós, os bancários, chegamos a 176% nesse índice e precisamos ser imunizados”, reclama.

Caso os bancos permaneçam negando a entrega do material, ainda conforme o líder sindical, não haverá outra saída senão uma paralisação, que deve ser analisada e votada depois de amanhã (24), na assembleia da categoria.