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Comemorando 50 anos de carreira, a sambista reforçou sua ligação com as causas sociais e lembrou que o ritmo é, historicamente, "coisa de povão"
Por Redação
Beth Carvalho, considerada por muitos a "madinha do samba", nunca negou sua simpatia e seu engajamento com a esquerda e as causas sociais. Ainda que tenha nascido em uma família abastada na zona sul carioca, a cantora, que comemora 50 anos de carreira, sempre manteve proximidade com figuras políticas e movimentos sociais, como com o ex-presidente Lula, a presidenta Dilma ou ainda o presidente Venezuelano, Nicolás Maduro. Este último, inclusive, a presenteou no ano passado com o quadro de seu antecessor, Hugo Chavez, que ostenta com orgulho na parede de seu apartamento ao lado do quadro de outra figura histórica da esquerda: Che Guevara.
Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo na última sexta-feira (23), a sambista voltou a expressar seu posicionamento ideológico e lembrou que o ritmo que a tornou conhecida é "coisa de povão".
"O samba é mais de esquerda, é o povo. Nelson Sargento é de esquerda, Cartola [1908-1980] também era", lembrou.
Não faz muito tempo que Beth causou incomodo à direita ao expressar sua aptidão política. Em agosto deste ano, a cantora expressou publicamente sua revolta ao saber que uma de suas canções mais famosas, "Vou Festejar", estava sendo usada em passeatas que pediam o impeachment da presidenta Dilma Russeff.
"Para que fique bem claro, eu, Beth Carvalho sempre me posicionei ao lado de líderes como Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chavez, Leonel Brizola, João Pedro Stédile. Inclusive, a música “Vou Festejar”, gravada primeiramente em 1978, sempre representou movimentos de esquerda e de abertura política como as Diretas Já e o segundo turno de Lula contra o Collor em 1989", afirmou, em nota, na ocasião.
(Foto: George Magaraia)