Bolívia rompe relações diplomáticas com Israel

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Após o governo venezuelano cortar relações diplomáticas com Israel na semana passada, a Bolívia anunciou hoje (14) o rompimento das relações com aquele país, pelo mesmo motivo: o massacre de palestinos na Faixa de Gaza. A ofensiva israelense já matou cerca de mil palestinos e deixou pelo menos 4.500 feridos. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon pediu hoje, em coletiva de imprensa no Egito, o fim imediato dos ataques de Israel ao território palestino.

O governo da Bolívia também decidiu entrar com uma denúncia ante o Tribunal Penal Internacional sobre o genocídio praticado por Israel contra a população civil de Gaza. O presidente Evo Morales afirmou que os crimes de Israel afetam a estabilidade e a paz mundial e trazem de volta a lembrança dos crimes de lesa humanidade cometidos durante a Segunda Guerra Mundial e nos genocídios realizados na Iugoslávia e Ruanda. Amanhã (15), organizações bolivianas participam de um ato público na Praça San Francisco em apoio à resistência Palestina.

Em coletiva de imprensa concedida após uma reunião com o ministro egípcio de Assuntos Exteriores, Ahmed Abul Gheit, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse ter um compromisso total para conseguir um cessar-fogo imediato e que fará tudo o que está a seu alcance para consegui-lo. O secretário-geral afirmou ainda não se sentir seguro para visitar a Faixa de Gaza, mas que vai conversar com funcionários da ONU que se encontram no local.

Ban Ki-moon declarou que todos os membros da ONU têm obrigação de cumprir com as resoluções da organização, referindo-se à resolução, aprovada no dia 8 de janeiro, pelo Conselho de Segurança do órgão, que pedia com urgência um cessar-fogo na região e a retiradas das forças israelenses do território palestino. Ban ressaltou que vai entrar em contato com líderes israelenses para pressionar pelo fim do conflito.

A organização Save the Children continua denunciando a situação de crise humanitária na Faixa de Gaza. A instituição estima que a população local necessite de oito vezes mais ajuda do que a que está recebendo no que diz respeito à comida e medicamentos. A ONG qualifica a situação de lamentável. Segundo a organização, o cessar-fogo de três horas para a entrada da ajuda humanitária é inadequado e está dificultando os esforços humanitários.

De acordo com estimativas de Save the Children, pelo menos 7.200 caminhões deveriam ter entrado em Gaza para assegurar que a população tenha um mínimo de alimentos, combustível e medicamentos. Apenas 900 caminhões tiveram entrada permitida desde o início do conflito, segundo o Governo de Israel. A ONG afirma que, antes do conflito, mais de um milhão de pessoas em Gaza, sendo mais da metade constituída por crianças, já dependiam de ajuda humanitária.

Com informações da Adital.