O capitão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e senador Styvenson Valentim (Podemos) está frustrado com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o qual apoiou na eleição presidencial de 2018.
"É um governo turbulento desde o início. Bolsonaro prometeu ser diferente de todos os outros, mas não é o que estamos vendo", lamenta o senador, que agora já pode ser incluído no hall de "bolsonaristas arrependidos".
Para o senador, a união de Bolsonaro com o Centrão minou a força e a independência do governo Federal. "No Brasil, o que há de verdade, é uma grande manobra para atender aos interesses dos políticos que formam o Centrão. A tendência é um governo federal ainda mais frágil e refém de alguns políticos", critica.
O senador, que se tornou uma figura conhecida quando coordenou a Operação Lei Seca na Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (CPRE), entre os anos de 2012 e 2016, também critica o governo Bolsonaro pelas reformas não executadas.
"As reformas, tão prometidas pelo presidente Bolsonaro e seu aliados durante a campanha eleitoral, estão praticamente paradas, e com essa estagnação, a economia, infelizmente, não irá melhorar", disse o senador.
Outro ponto de descontentamento para Styvenson foi a anulação dos julgamentos que "condenaram" o ex-presidente Lula, que se deu após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar o ex-juiz Sergio Moro por suspeição nos julgamentos do líder petista.
"São decisões vergonhosas. Vivenciamos, há pouco tempo, a esperança trazida pelas várias operações da 'Lava Jato', de que a corrupção estava sendo, pela primeira vez, combatida aqui no Brasil. Hoje, observamos que toda aquela luta foi por água abaixo. Sem falar no histórico 'manto preto' de autoridades que se chama foro privilegiado", lamentou.
"Chiqueiro"
Além das pesadas críticas ao governo Bolsonaro feita pelo senador Styvesson ao jornal AgoraRN, o parlamentar publicou um video na internet onde classifica o Senado como um "chiqueiro".
"Isso aqui não é ambiente de gente não. Entrar no chiqueiro e ficar naquela catinga por oito anos é difícil. É difícil para você que quer fazer a coisa certa, justa e limpa… Eu não nasci para isso. Nasci para prender vagabundo. Nasci para sentar a mão na cara de vagabundo mesmo. Ficar ali só olhando é difícil, é difícil. E ainda chamar de Vossa Excelência", ataca.