Bolsonaro destila seu ódio e sua homofobia no SBT

O deputado federal foi um dos entrevistados no programa Conexão Repórter, que trazia como pauta a questão da homofobia; entre inúmeras declarações preconceituosas, Bolsonaro afirmou que cartilha sobre diversidade sexual nas escolas é um "incentivo a pedofilia" e ainda atacou as atrizes da Rede Globo que recentemente protagonizaram um beijo gay na novela: "Jogaram no lixo sua carreira. É um crime, um desserviço à sociedade brasileira"

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O deputado federal foi um dos entrevistados no programa Conexão Repórter, que trazia como pauta a questão da homofobia; entre inúmeras declarações preconceituosas, Bolsonaro afirmou que cartilha sobre diversidade sexual nas escolas é um "incentivo à pedofilia" e ainda atacou as atrizes da Rede Globo que recentemente protagonizaram um beijo gay na novela: "Jogaram no lixo sua carreira. É um crime, um desserviço à sociedade brasileira" Por Redação Ainda que Roberto Cabrini insistisse em mostrar o quão aquém da realidade está o seu pensamento em relação aos homossexuais, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) reafirmou, ao longo de todo o programa Conexão Repórter (SBT), exibido nesta segunda-feira (6), sua posição de intolerância e preconceito para com o tema. Bolsonaro foi um dos entrevistados para uma pauta que pretendia investigar as origens do pensamento homofóbico. Para o parlamentar, que já havia afirmado em outras ocasiões que "ter filho gay é falta de porrada", a homossexualidade é uma questão de "educação". Quando perguntado se "daria porrada" caso um de seus filhos fosse homossexual, ele afirmou que não haveria essa possibilidade. "Eu não acredito que sejam. Eu não acredito nisso. Tem certas coisas que precisam acontecer para você pensar. Eu não sei como seria, mas pela educação que eu dei, não haveria essa possibilidade", disse. Sempre com um sorriso malicioso no rosto, o ex-militar, antes de mais declarações homofóbicas, exibiu com orgulho as fotos dos ex-presidentes da ditadura Emílio Garrastazu Médici e João Figueiredo que ornamentam o seu gabinete em Brasília.  "Representam amor à pátria. Tenho eles como referência", afirmou. No meio do assunto sobre homofobia, sem nem ser questionado, o parlamentar resolveu tecer críticas às atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg pelo beijo lésbico que protagonizaram recentemente novela Babilônia, da Rede Globo. Para ele, até isso é coisa do governo. "Hoje parece que para alguns na classe artística não há limites. Duas senhoras com 80 anos se beijando... Jogaram no lixo suas carreiras! É um crime, um desserviço à sociedade e à família brasileira. Por que fazem isso? Estimulados por quem? Isso faz parte de política do governo", analisou. Paralelamente, a reportagem entrevistou o também parlamentar Jean Wyllys (PSOL), que tem como principal bandeira a defesa dos direitos da população LGBT. Apoiador das políticas de respeito à diversidade sexual nas escolas, Wyllys também foi atacado por Bolsonaro, que o enxerga como um "pedófilo" uma vez que incentiva as cartilhas educativas no ambiente escolar. "Com isso, você está levando o sexo para dentro da escola, está incentivando a pedofilia, tá estimulando a molecada a fazer sexo, com homens ou mulheres", criticou, confrontando ainda a ideia de que casais homossexuais possam adotar filhos. Para o parlamentar, o simples fato de um filho ver um casal gay se beijando o incentivaria a se tornar homossexual. "Eu jamais deixaria um filho meu brincar na casa de uma criança adotada por um casal gay. Ela poderia ver os pais se beijando na cozinha e, na semana seguinte, virar pra mim e falar que tá namorando com o Pedrinho". Bolsonaro não parou por aí. Como se não bastasse acusar o governo de estar incentivando as crianças a se tornarem homossexuais, ainda atacou o Conselho Federal de Psicologia por se posicionar contra o projeto que defende da "cura gay". "Não vão gostar do que eu vou dizer. Mas o Conselho Federal de Psicologia está apinhado de gays. Há um aparelhamento gay", constatou. Por fim, o parlamentar ainda chegou à conclusão de que está sendo "vítima" do ativismo LGBT. "Eles estão nos afrontando. Pode me chamar de homofóbico que eu mato no peito, por que meu coro é duro. Estou me tornando uma vítima da sociedade". O programa completo, com todas as declarações preconceituosas do deputado pode ser assistido aqui. Foto: Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados