Bolsonaro diz que se vetasse fundo eleitoral “estaria atrapalhando a democracia”

Em evento para coleta de assinaturas para o seu partido, Bolsonaro também disse que “algumas coisas eu sanciono contra a minha vontade”.

Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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Durante um evento partidário na tarde deste sábado (18) em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro explicou por que sancionou o Orçamento 2020 sem vetos, e mantendo os recursos para o fundo partidário. Segundo ele, se não o fizesse “estaria atrapalhando a democracia”. O projeto aprovado em dezembro pelo Congresso prevê um gasto de R$ 2 bilhões para as eleições municipais, que ocorrem no mês de outubro. Antes disso, o mandatário chegou a dizer que, se houvesse uma brecha na legislação, ele vetaria esse gasto. “O fundão é de 2017, está lá no artigo 85 da Constituição e eu divulguei isso. Posso ser enquadrado na Lei de Responsabilidade (Fiscal)”, explicou Bolsonaro. Em seguida, Bolsonaro disse que só poderia vetar um fundo se os valores fossem mais altos. Nesse sentido, explicou que o relator do orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), propôs a reserva de R$ 3,8 bilhões. “Com R$ 3,8 bilhões eu ia vetar, interesse público. Eu tinha argumento para isso. Mas como veio com R$ 2 bilhões, a proposta é do Tribunal Superior Eleitoral, não é minha.” A declaração do presidente foi feita em evento de coleta de assinaturas em Brasília, para a criação do partido Aliança pelo Brasil, a legenda que ele pretende liderar depois que abandonou o PSL. Para legalizar o partido, Bolsonaro precisa cumprir uma série de requisitos, e um dos mais importantes é a coleta e validação de cerca de 500 mil assinaturas.