Bolsonaro estuda trocar comando do Exército para se blindar

Segundo a Folha, presidente também deve escalar a crise indicando novamente o amigo dos filhos para o comando da PF

Jair Bolsonaro com a filha Laura em ato golpista (Reprodução)
Escrito en POLÍTICA el

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estuda tomar duas medidas que vão escalar a crise política de seu governo, evidenciada na sua participação em atos de ataques à democracia neste domingo (3), segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo.

A primeira é fazer uma nova nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. A segunda, remover do Comando do Exército o general Edson Leal Pujol.

A indicação de Ramagem, amigo dos filhos do presidente, investigados pela PF em inquérito do STF, foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, na última quinta-feira (30). O caso aconteceu na esteira das acusações de Sergio Moro de que Bolsonaro interfere na PF em busca de blindagem, o que motivou seu pedido de demissão do ministério da Justiça.

Se desrespeitar a decisão judicial, Bolsonaro vai levar a novo patamar a queda de braço com o STF. No ato deste domingo, ele chegou a dizer que "chegou no limite" e que pretende nomear Ramagem na próxima semana.

Já retirada de Pujol do Exército tem sido comentada há algumas semanas. Bolsonaro buscaria garantias de proteção na escalada da crise, que, ainde de acordo com o jornal, teme o que virá por parte de Moro, no processo que investiga a acusação de interferência indevida na PF.

Segundo a reportagem, Bolsonaro que colocar Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo e um dos fieis generais que ocupam cargo seu governo, no lugar de Pujol. Fontes ligadas ao governo reveleram que isso teria sido discutido em reunião no último sábado (2) entre Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas.

Pujol tem dado manifestações publicas sobre a gravide do coronavírus e destacado a importância do Exército no combate à pandemia, contrariando a retórica de Bolsonaro. Ele também é contra a associação das Forças Armadas aos movimentos bolsonaristas e falas sobre intervenção militar.

Além disso, Pujol não é exatamente popular entre suas tropas e o baixo oficialato é mais entusiasta do bolsonarismo.