A socióloga e pesquisadora Esther Solano (Unifesp) afirma que a base bolsonarista, grupo que ela pesquisa desde 2017, "está passando por um processo de hiperradicalização".
"Os bolsonaristas radicais têm uma ligação cada vez mais emocional e psicológica com Bolsonaro. A base, que anteriormente chamávamos de fiel está passando por um processo de fortalecimento e consolidação do discurso de defesa do presidente", analisa Solano.
De acordo com a pesquisadora, "os radicais estão convictos de que Bolsonaro é perseguido por todos, e eles encara isso como uma perseguição a eles próprios e ao Brasil que idealizam".
Além disso, Esther Solano também explica que a figura de Bolsonaro empodera grupos que antes se sentiam invisíveis. "É o empoderamento do homem médio, conservador, que nunca se sentiu visibilizado pela grande política, e hoje se vê reconhecido pelo bolsonarismo. É a exaltação da masculinidade, branquitude, e da direita", diz Solano.
A radicação desse grupo, segundo Solano, se dá pelo fato de que "caindo o Bolsonaro, eles caem junto, e tudo em que eles acreditam cai também; é como se eles voltassem para a invisibilidade".
Com informações da Folha de S. Paulo