Sob o governo Bolsonaro, ataque à liberdade de imprensa cresceu 222%, diz pesquisa

Levantamento internacional mostra que, além do presidente, uma rede de autoridades atua contra a liberdade de expressão em “níveis alarmantes”

Reprodução/YouTube/Foco do BrasilCréditos: TV Globo
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Segundo levantamento feito pela organização Voces del Sur, cujo título é "Relatório Sombra", os ataques à liberdade de imprensa no Brasil aumentaram 222% de 2019 para 2020.

Dessa maneira, o estudo aponta que a liberdade de expressão se tornou um dos alvos do governo Bolsonaro.

Apenas em 2020 foram registrados 419 alertas à liberdade de imprensa no país, ante 130 em 2019.

Os ataques incluem 159 discursos estigmatizantes; 112 agressões e ataques; 80 restrições na internet; 39 processos judiciais criminais e civis e 13 restrições de acesso à informação.

Também foram registrados 11 usos abusivos do poder estatal; três detenções arbitrárias; um marco jurídico contrário aos parâmetros internacionais; e um assassinato.

O estudo também aponta que em 74% dos casos, o Estado foi o autor dos ataques à imprensa.

Além disso, a pesquisa também mapeou por região os principais focos de ataques à liberdade de expressão: o Distrito Federal lidera com 138 alertas de violações.

Por sua vez, o estado de São Paulo vem em segundo lugar com 59, seguido do Rio de Janeiro com 29.

"A liberdade de expressão, liberdade de imprensa, acesso à informação e a segurança e proteção dos jornalistas no Brasil se deterioraram sob a presidência de Jair Bolsonaro", afirma o relatório.

Por fim, além da figura do presidente da República, a pesquisa também afirma que há toda uma rede de apoio a Bolsonaro que ataca a liberdade de imprensa.

"O presidente Bolsonaro, seus seguidores, congressistas, autoridades judiciais e promotores atacam jornalistas com frequência e severidade alarmantes".

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